16 dezembro 2006

Eragon

Eragon é um rapaz do campo que vive em Carvahall, no mundo da Alagaësia. Acidentalmente, numa das suas caçadas, descobre algo que julga ser uma pedra azul, mas que na verdade se trata de um ovo de dragão. É então que desse ovo nasce um dragão fêmea, a Saphira. Por causa de Saphira, a história vai tomar um rumo muito diferente do que todos pensávamos…

Numa noite Eragon descobre o seu tio morto na sua casa, depois de um ataque de um dos Ra’zac, criaturas assustadoras que são capazes de qualquer coisa para atingirem os seus objectivos. Eragon vê-se forçado a fugir da sua terra com Saphira e com Brom, um velho contador de histórias que sabe muito acerca de dragões, muito mais do que Eragon imagina. Agora ele terá de treinar para se tornar um cavaleiro, para um dia se juntar aos Varden, os únicos resistentes da guerra, e para derrotar Galbatorix.

Pareceu-vos muito rápida esta sinopse? Pois claro, foi o que se passou no filme. O filme é tão rápido que os aspectos mais importantes da história nem são devidamente explorados. Vou falar aqui de três pontos que achei fulcrais. Dois muito maus e um bom. Duração, elenco e imagem/ efeitos especiais.

1º Ponto: nas adaptações de romances para o cinema põe-se sempre em causa o problema de como adaptar um livro com cerca de 500 páginas, cheias de descrição e de momentos de acção. Há bons e maus filmes, mas exemplos de boas adaptações do género são os da franquia Harry Potter e do Senhor dos Anéis, que apesar de ter muitas partes secantes, respeitou a obra do Tolkien.
É neste aspecto que Eragon falha. 1:45h é muito pouco tempo para contar esta história. O treino do Eragon, a relação entre o mesmo e Saphira, a aparição de Murtagh, a personagem do Brom, enfim, nada disto é bem explorado. Acho que o que merecia mais atenção era mesmo o treino de cavaleiro, até porque numa possível sequela, a adaptar Eldest, o segundo livro da trilogia, o treino de Brom vai ser muito relevante e uma base do segundo treino, já em Ellesméra.
2º Ponto: o argumento fraco e as más interpretações. Não há diálogos “memoráveis”, nada que me tenha ficado no pensamento depois de ter saído da sala. Salvam-se as falas de Jeremy Irons, o grande Brom, a melhor personagem do filme, que infelizmente também foi mal aproveitada. Irons prova ser o melhor actor de todo o elenco. Já os restantes… parecem uns amadores, principalmente Edward Speleers, o Eragon. Ele cativa tão pouco o espectador que a acção perde a emoção. Não se consegue expressar correctamente, tem pouca presença e é fraco a representar. Rachel Weisz, a voz de Saphira, não foi má, mas também não foi excelente. Os diálogos voz-off entre entre ela e Eragon foram péssimos.

3º Ponto: salvam-se os cenários e os efeitos especiais. Tudo é um regalo para os olhos, desde as extensas florestas da Alagaësia até à grandiosa Saphira. Parabéns à Mafilm Fot Studios pela fotografia e à Industrial Light Magic e Weta Digital pelos efeitos visuais.

No geral o filme é muito mau. O filme é rápido demais e já as palavras de Arya o resumiam todo: “Ontem eras um camponês, hoje és um herói”. Principalmente foi isto que se passou.
O filme foi dirigido por Stefen Fangmeier, produzido por John Davis e Adam Goodman, com o fraco argumento de Peter Buchman. Christopher Paolini foi um bocado mal tratado aqui, na minha opinião. Toda a equipa de realização tinha a obrigação de fazer muito melhor.

Nota 5/10

2 comentários:

  1. Isso é que é coragem, oh Celtic!
    Eu é que não gastava cheta para ir ver esse filme, já que até o livro é muy fraco!
    E quanto a senhor dos anéis, hoje dá o regresso do Rei! Grandes Hobbits!

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  2. O livro "come-se", mas já não me apanham a ver o Eldest...

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