21 fevereiro 2008

Straczynski já não é Exclusivo da Marvel UPDATE!

J.M. Straczynski anunciou que não vai renovar contrato com a Marvel Comics, depois de ter trabalhado em algumas séries para a editora, como Amazing Spider-Man ou Supreme Power.
Contudo, o autor não sairá da editora, pois continuará como argumentista das séries Thor e The Twelve, as únicas onde actualmente trabalha.

UPDATE! Straczynski vai escrever comics para a DC, mas ainda não pode dizer quais são. Além disso, está a preparar duas novas séries para a Image, da sua autoria - Justice e Ten Grand. Irá terminar The Twelve (12 números), como já tinha dito, e quer escrever Thor o máximo de tempo possível.

Espero que Straczynski explore novos horizontes em outras editoras. Não me parece que a DC vá ficar muito tempo de braços cruzados, apesar de não me parecer que o autor de Babylon 5 se encaixe muito bem nos padrões da DC. Quem sabe uma editora alternativa, como um regresso à Image ou talvez uma estreia na Dark Horse. Na melhor das hipóteses, utilizará algum do seu tempo para escrever argumentos para Séries de TV. Só o tempo o dirá e cá estarei eu para ver o que se vai passar.

10 fevereiro 2008

Sobre a Panini em Portugal

Depois de o Hugo Jesus mostrar o seu descontentamento na CC em relação à paupérrima e fraquíssima distribuição de que a Panini em Portugal dispõe, venho aqui pelo blog falar um pouco da minha situação enquanto leitor, ao invés da posição do Hugo, dono da loja Central Comics no Porto.
Compreendo que a situação de vendedor seja bem mais difícil que a de um leitor, pois apesar de não ser nada fácil encontrar um comic da Panini nas bancas habituais, mais ou mais cedo encontra-se sempre algo. Já com uma loja tal não acontece, pois ou se tem a sorte de receber os comics do fornecedor ou nada feito. E o que me mete mais aflição é o facto de o Hugo ter pedido cerca de 80 revistas (mais uns números atrasados) e ninguém se dignar a enviá-las. Pois bem, pergunto-me o que melhor será que um carregamento destes, não só em termos lucrativos como de divulgação do produto que a Panini queria (pois parece-me que já não quer) implementar no já frágil mercado português. Mais esquisito ainda é ver que nenhum representante da Panini se digna a tentar resolver este tipo de situações chegando até a ignorá-la por completo, o que se nota muito através dos e-mails que se recebem da editora, tanto a pedir números atrasados para as papelarias que cada um de nós visita como a tentar saber se chegam mais títulos a Portugal. As respostas são sempre do tipo "Ainda estamos a estudar o mercado" ou "Serão lançados x títulos, mas ainda não há previsões no que toca a datas. Passe bem, bom natal". Será que é este o tipo de atendimento que uma editora que trabalha em várias partes do globo tem de ter? Ou será que Portugal é o patinho feio do panorama da Banda Desenhada? É que parece que somos os únicos que não têm um mercado decente e forte e julgo que não é por culpa das fracas vendas mas mais por causa das impensáveis políticas de distribuição, pois é esse o factor que determina o fraco acesso a qualquer produto.

Eu até chegaria a comparar a procura por uma revista da Panini à Odisseia de Homero e acho que não estaria a exagerar nada. Aqui em Setúbal só há uma única papelaria que tem todos os títulos para venda e apenas numa quantidade de 1 ou dois exemplares no máximo. Em outras vê-se muito raramente um Homem Aranha solitário, pouco mais. Passado menos de uma semana do lançamento das revistas já nada se encontra à venda (pergunto-me porque raio não vêm mais revistas). A 9º Império, a loja especializada em BD Setubalense, chegou mesmo a contactar a Panini a pedir que lhes fossem enviadas algumas revistas, mas prontamente responderam a dizer que quem tinha de ser contactado para tal efeito era a distribuidora. Seguiram-se então telefonemas, e-mails e no fim, para que o Homem Aranha ou os X-Men chegassem à loja teriam de vir acompanhados de revistas da Floribella (onde isto chega) e de outro que tais. Mais tarde essa manha das revistas adicionais terminou e a resposta final foi a de que não eram feitas distribuições para lojas especializadas. Moral da história: deslocamento zero. Não só é estúpido verificar que a primeira resposta poderia simplesmente ser a que foi dada em último lugar como também o facto de as lojas especializadas ficarem de fora. Que raio de sentido é que isto tem? Então distribuem no máximo 10 revistas por cada papelaria e uma loja de BD não consegue receber um carregamento que chega quase aos 100 exemplares? Isto é no mínimo (ou máximo) uma hipocrisia de todo o tamanho. As lojas especializadas em Portugal, apesar de já existirem num número considerável, contam-se pelos dedos, mas esforçam-se para que a BD não passe a ser um deserto num país que por si só está cheio de camelos, com um oásis por aqui e ali, e não têm direito a receberem um produto que é ideal para revitalizar os antigos leitores e dar novo material de leitura àqueles que preferem o português (ainda que noutro sotaque)?

Da minha parte chega. Coleccionei alguns números das revistas que cá foram distribuidas, mas já desisti. Não só pelo facto do produto escassear como também por a Panini ter enviado revistas que estavam a meio dos seus arcos, o que é um total desrespeito pelo leitor. O que ainda valeu o dinheiro foi o Batman Ano 100 e a Crise Infinita que pelo menos ficaram completos. De resto continuamos a assistir ao lançamento de pouquíssimos títulos (apenas Homem Aranha, X-Men e Novos Vingadores) e também de uns certos TPB's que saíram no ano passado (Quarteto Fantástico: O Fim e Homem Aranha: No Reino dos Mortos), em que um dos quais até já tinha sido lançado pela Devir uns anos atrás, o que por si só é uma ideia estapafúrdia. Vem a Panini tentar singrar no mercado português e decisão final é a de lançar um livro que a maioria dos leitores já possui. Eu chamo a isto incompetência, daquelas que fazem comichão a qualquer um. E quando pensei que não haveria pior que isto, eis que a visionária Panini decide lançar uma das últimas mini-séries da Marvel, Eternos, de Gaiman e Romita Jr. O lançamento em si não é o pior, mas sim o preço a que foi lançado -18.90€ (!!). Tudo isto porque as vendas dos primeiros TPB's não foram muito convidativas (estranho não é?). "Ah, não lucrámos com aqueles, bora mas é inflacionar ali os Eternos que os portugueses são burros e compram na mesma". Bem, a mim é que não me apanham, não só por já ter a mini-série original como também por não ir na conversa de um roubo que ofende a minha inteligência. Mais facilmente comprava o HC a 29.99$ do que uma edição que nem 10€ vale.
O Hugo propôs o boicote a esta edição dos Eternos, mas eu apoio o boicote total a todo e qualquer produto da Panini, apesar de ser triste ver que assim não teríamos qualquer revista nas bancas, mas se continuarmos a ser enganados por meia dúzia de editores que nos querem dar a volta, assim nunca teremos qualidade nas nossas bancas. Há que tomar medidas extremas e apesar de sermos poucos neste país temos de fazer algo pela BD em Portugal. No panorama nacional há que dar graças à BdMania e à Vitamina BD, pois é este o tipo de editora que pensa um pouco nos seus compradores e pelo menos lança títulos que tentam agradar à maioria do público, isto subscrevendo um bocado as palavras do Hugo.

A opção de inundar a Panini com e-mails também parece interessante, mas duvido que nos dessem ouvidos, mas não custa nada tentar e da minha parte segue já um e-mail. Parte desta situação depende de nós e temos de tentar mudar alguma coisa de modo a que a BD em Portugal ganhe mais crédito e não seja apenas uma arte menor. Aqui fica o meu testemunho.

Trinity, a Nova Semanal da DC

Dan Didio tornou esta notícia oficial - Trinity, uma série que foca os três principais heróis da DC, irá começar em Junho deste ano e melhor (ou pior) que tudo é que vai ser a terceira série semanal da editora (!!!).
A série será escrita por Kurt Busiek (boa aposta), vindo do mensal Superman, e com arte de Mark Bagley, o recém chegado da Marvel. À semelhança das semanais anteriores, Trinity também terá 52 edições e, apesar de se passar no Universo DC normal, não terá qualquer ligação com os eventos presentes da editora.

Segundo Dan Didio, Busiek e Bagley apenas se ocuparão de 12 das 22 páginas do comic, as restantes serão backup stories, ou seja, encher chouriços stories. Claro que Bagley não conseguiria aguentar 22 páginas por semana, apesar de ser um artista muito rápido (motivo pelo qual foi qualificado para esta tarefa).
Quando perguntado sobre a conexão entre Trinity e Final Crisis (que irão sair ao mesmo tempo), Didio respondeu que não haveria nenhuma ligação, que a série iria servir apenas para mostrar o que se tem passado com estes três personagens ao longo deste últimos tempos. Para ler o resto da entrevista basta clicar aqui.

Os rumores que circulavam na net ganham então a credibilidade que tanto desejavam. Para mim não era bem um rumor, mas mais uma certeza, pois a DC não podia deixar a Marvel sozinha com o seu sucesso semanal que agora é o Aranha. Esta é só mais uma prova que a Marvel se consegue adaptar muito melhor às ideias da sua concorrente (ironicamente) e que a DC insiste em repetir fórmulas que por si própria gastou. 52 teve sucesso porque inovou, tanto pelo facto de ser semanal como pelo facto de se focar em heróis lado-B, o que atraiu um novo tipo de público (e também os da velha guarda), mas em Countdown a repetição da fórmula pecou, pois, parecendo que não, este tipo de séries satura o mercado. Já a Marvel fez uma aposta muito melhor com o Aranha (apesar de discordar com toda a storyline que tem vindo a ser contada), pois mensalmente contará uma história diferente com uma equipa criativa diferente, com grandes nomes, diga-se de passagem. Com isto tudo, quer-me parecer que Trinity será um sucesso, pois finalmente a DC aposta num desenhador com que o público está familiarizado (e actualmente o desenhador é sempre importante para que uma série venda) e mais que tudo, focará personagens que agradam às massas. Espero que Dan Didio consiga alcançar o sucesso que tanto tem faltado à DC neste últimos meses, pois o que a Marvel está a precisar é de um pouco de competição.

05 fevereiro 2008

Ex Machina Vol. 1 - The First Hundred Days

Argumento: Brian K. Vaughan
Desenho: Tony Harris

«Deus Ex Machina (DAY-us ex MAH-kin-ah): Literally, "god from the machine."A person or force that arrives to provide an improbable solution to an impossible situation, named after the mechanical device used by Greek dramatists to lower actors playing deities onto the stage.»

Ex Machina conta a história do Presidente de Nova Iorque, Mitchell Hundred, antigo super-herói americano que utilizava o seu poder quase divino para combater aqueles que abusavam dos pobres e oprimidos. Pode parecer uma premissa básica, mas nada disso. Só o poder incrível do nosso herói vale a compra deste livro, pois a forma como ele o usa é sempre algo divertida. Por exemplo, com um simples pensamento, Hundred pode apagar todas as luzes da cidade de Nova Iorque ou abrir uma porta apenas exclamando "Open Sesame". Além disso, a vida deste homem está cheia de situações bizarras, desde a sua actual vida onde tem de tomar conta da sua cidade, onde é presidente, até aos flashbacks que contam a sua vida passada de super-herói, que abandonou por não se julgar capaz de assumir tamanha responsabilidade (mas, ironicamente, candidatou-se a presidente).
Normalmente as introduções deixam sempre pouco a desejar, apenas aguçando um bocado a curiosidade para ler o próximo volume, mas em Ex Machina fiquei com uma vontade enorme de ler mais, em grande parte devido aos excelentes diálogos de Vaughan. Não admira que actualmente seja argumentista de umas das principais séries de TV americanas, Lost (o segundo episódio desta 4ª Temporada tem argumento dele).

Este TPB compila os 5 primeiros comics de uma série que se tem popularizado nos E.U.A., não só pelo argumento do já conhecido Brian Vaughan (Y: The Last Man, Runaways, Lost). mas também pela excelente arte de Tony Harris, que me parece ser uma grande promessa para o futuro. É engraçado ver como Harris utiliza referências fotográficas no fim deste livro, num especial com sketchs, pranchas arte finalizadas e a cores.
Já tinha lido Runaways, também de Vaughan, e gostei muito, mas com este Ex Machina, Vaughan passou a ser dos meus argumentistas preferidos. Agora terei também de ler Y: The Last man (que chegou a semana passada ao seu último número). Fica aqui mais uma sugestão meus caros amigos. Se forem amantes de HC's, em Abril irá sair o primeiro volume de Ex Machina: Deluxe Edition, o que me parece ser uma boa edição para quem quiser começar a ler esta excelente série.

03 fevereiro 2008

House of M TP

Argumento: Brian Michael Bendis
Desenho: Olivier Coipel

Acabei agora de ler esta série e confesso que é uma história que me agradou muito, ao contrário de alguns dos eventos recentes na Marvel (One More Day e que tais).
Ao contrário de Civil War, fiquei com a sensação de que a história de fundo desta série é muito mais promissora que um monte de super-heróis à pancada por um mísero registo que nem vantagens tem, e que ainda culmina na morte do Capitão América.

House of M conta a história de uma realidade alternativa habitada pelos nossos conhecidos heróis, depois da Feiticeira Escarlate ter alterado o status quo de todo o planeta. Os mutantes são a espécie predominante e o Homo Sapiens encontra-se afectado por ser uma espécie de menor importância. A principal característica desta realidade é a de cada herói/ pessoa ter naquele momento o que mais desejou na sua vida anterior. Por exemplo, Peter Parker encontra-se casado com Gwen Stacy, tem um filho e vive ao lado da sua Tia May e do seu marido Ben. Mas a personagem mais preponderante, a chave de toda a trama, é sem dúvida Logan, Wolverine. Adivinhem qual é a coisa que ele sempre quis e que em House of M tem.
Pois bem, Brian Bendis mostra também um lado mais filosófico de toda esta Utopia, o facto de que, mesmo tendo o que sempre mais quisemos, o mundo nunca será perfeito. O desejo de uns colidirá com o de outros e resultará na infelicidade dos que no meio estão.
No fim desta mini-série dá-se um evento com proporções épicas - os mutantes são reduzidos a um número deveras preocupante, muitos deles transformados em simples humanos. Tudo por causa de uma frase proferida pela Feiticeira Escarlate que se tornou mítica "No More Mutants". Após estas palavras, o mundo volta a ser como era, exceptuando o número de mutantes e uns certos desaparecimentos.

A arte de Olivier Coipel convenceu-me, apesar de gostar muito mais dela em Thor, onde está um pouco mais polida e muito melhor arte-finalizada. Se gostam de uma história com bons diálogos e de uma trama interessante, então esta série é ideal.

02 fevereiro 2008

You Tube of The Week #8



Ricardo Araújo Pereira - Bombeiros de Mafamude

Aqui está mais um brilhante sketch do RAP, neste caso a solo e num trabalho para as Produções Fictícias. Na ordem do dia estão os problemas que têm havido com as ligações para o 112 e as sempre prestáveis atendedoras de chamadas. Espero que gostem.