31 maio 2008

You Tube of The Week #10 - Italian Spiderman Ep. 02



Aqui está o segundo episódio desta série que promete fazer rir muita gente. Este episódio foge um bocado do esquema do anterior, mas serve para introduzir um novo mistério muito familiar...

29 maio 2008

The Infinity Gauntlet

Argumento: Jim Starlin
Desenho: George Pérez e Ron Lim

Meus senhores, esta é simplesmente das melhores histórias da Marvel que li, se não mesmo a melhor dentro dos clássicos da editora. O conceito de mega-saga começava a entrar na moda na altura e lá surgia uma destas mini-séries que teve a feliz oportunidade de ser escrita por um escritor decente, aliás, mais que decente - um grande argumentista.
Starlin consegue criar uma história que foge muito dos padrões daquela altura, pois não só acaba com diálogos monótonos e que tiravam muito a acção às histórias como não só consegue ainda assim caracterizar as personagens de forma exacta e tal como elas supostamente são.
Thanos é identificado como uma gigante força cósmica que pretende ser e tem como objectivo o domínio individual de todo universo, excluindo até mesmo a mais invencível força que o possa enfrentar.
Os Heróis principais acabam por se tornar peões de uma grande "partida de xadrez" jogada pelas personagens principais (Thanos e Adam Warlock) e curiosamente nem estão no grande plano da história chegando mesmo a tornarem-se personagens secundários.
Adam Warlock acaba por ser o mote principal desta trama. Preso numa das realidades criadas pelas Gemas do Infinito (6 ao todo que, todas juntas na chamada Infinity Gauntlet, dão ao portador o poder necessário para governar o universo de uma forma invencível), Adam acaba por ser aquele que comanda os soldados de guerra utilizando-os de forma um pouco insignificante (que afinal é o verdadeiro papel de um herói numa guerra cósmica!).
Nebula representa a criatura oprimida pelo todo poderoso Thanos, que a ressuscitou de forma a mostrar à Morte que o seu poder não tem limites, mas esse poder teria de ser complementado com um pouco de malícia é claro.

Esta história, no fundo, é uma metáfora ao que ao poder em si significa no universo. Todo e qualquer poder é efémero e se há coisa que é certa é que ele não é eterno para uma única pessoa. Como se vê aqui, Thanos, o mais ambicioso dos seres termina a história sem qualquer poder, apesar de no início tal ter parecido inimaginável. Nebula, representante de um "povo" abduzido que no fim acaba por alcançar o patamar que tanto desejava - o do poder supremo capaz de humilhar o seu antigo líder. Mas é claro que o poder não pode ser possuido por qualquer um, ainda para menos o mais fraco dos intervenientes. Temos também Adam Warlock, que representa a inteligência, a táctica por detrás da guerra que fazem com que no clímax de Infinity Gauntlet seja ele o final portador do poder infinito. Aquele que menos deseja o poder é, afinal de contas, aquele que é merecedor de tal prémio.

Aconselho este clássico a qualquer um, mesmo muito. O desenho começa muito bem nas primeiras edições por causa de George Pérez, mas mais tarde é Ron Lim quem o substitui (provavelmente pelo excesso de páginas que cada edição contém), o que me fez ficar um bocado descontente. Pérez tem uma dinâmica que nem muitos tinham naquela altura e para mim dinâmica é tudo, ou seja, storytelling competente.

Nota: 9.5/10

24 maio 2008

You Tube of The Week #9 - Italian Spiderman Ep. 01


Eheh, fantástico este primeiro vídeo do Homem-Aranha italiano. O actor que interpreta este maravilhoso personagem ainda tem muito para dar neste pequena série da Web que vai durar 10 episódios, um a cada semana. Por isso, estejam atentos aqui ao blog se gostaram de ver esta introdução.

20 maio 2008

Sugestão Musical: Bob Dylan- Highway 61 Revisited

Apesar de conhecer Bob Dylan há já muito tempo, só há poucos meses é que decidi começar a ouvir algum material deste senhor, muito em parte por sugestões amigas que me "pressionaram" incansavelmente até ouvir algo de Dylan. Pois bem, aqui estou já com dois álbuns deste senhor na minha memória, tanto o Bringing It All Back Home como este que agora vou falar.
Dylan tem o dom de contar uma história de uma forma não muito comum, mas sempre com um toque especial que me encanta a cada vez que o ouço. O storytelling é excelente, dá sempre vontade de acompanhar a história que ele nos tenta transmitir, isto juntando também as excelentes melodias que acompanham todas as faixas de Highway 61 Revisited.
Este álbum começa com uma das mais aclamadas faixas deste artista, Like a Rolling Stone, uma melodia com um refrão que pertence a Dylan sem dúvida nenhuma. A forma de cantar, o toque único da sua voz, tudo isto faz com que este senhor tenha uma das melhores vozes de sempre em toda a historia da música, e digo isto sem qualquer medo. É então que se seguem outras faixas como Tombstone Blues, uma das minhas músicas preferidas, ou a brilhante Ballad Of A Thin Man, que julgo ter ouvido há já alguns atrás sem nunca saber exactamente de quem era.
Bob Dylan torna-se assim um dos meus artistas favoritos, mesmo tendo apenas ouvido dois álbuns da sua extensa discografia. Já agora aproveito para dizer que do que vi do seu recente filme biográfico, I'm Not There, deu para relembrar algumas das minhas músicas favoritas (Maggie's Farm, por exemplo). Fica aqui a sugestão para aqueles que ainda não ouviram este.

14 maio 2008

Young Avengers vol. 1 - Sidekicks

Argumento: Alan Heinberg
Desenho: Jim Cheung


As academias dos heróis principais viraram moda - desde a própria Academia X, a base de "talentos" dos mutantes da Marvel, até mesmo a versões muitos mais jovens e inusitadas, como é o caso de Power Pack, o Quarteto Fantástico infantil do futuro.
É numa tentativa de angariar novos leitores que a Marvel toma estas iniciativas, lançar versões mais jovens dos heróis principais, juntando ainda um argumento acessível cheio de diálogos muito personalizados que cumprem o seu papel, o de entreter. E se há coisa que aprecio num comic é que, com uma história tão simples por trás, com personagens que à partida já estão gastas devido aos seus antigos mentores, possa ser divertidamente interessante e que cative tão facilmente o leitor. Foi por isso que li este livro em escassas horas, quando normalmente levo 2-3 dias para ler um TPB (eu sei, é esquisito).
É claro que Alan Heinberg não se torna nenhuma espécie de Deus por ter escrito esta história, nem por sombras, até porque várias falhas estão evidentes em Sidekicks, não fosse este o comic de estreia do autor, vindo do meio televisivo. Algumas vezes as piadas vêm fora de tempo, as relações entre as personagens tornam-se demasiado "normais", sendo que à partida já se sabe no que elas vão dar. Mas é claro que nada disto apaga o excelente desempenho de Heinberg neste primeiro capítulo de Young Avengers, visto que uma estreia nunca é perfeita. Ainda tenciono ler o segundo volume para ver como se deu a evolução do argumento, mas como já li outras fase de Heinberg posso afirmar que conseguiu superar bem as dificuldades que notei neste livro. O facto de eu adorar o Brian Michael Bendis, com hist´roias cheias de diálogos, é que me fez gostar ainda mais desta série.
O storytelling do Jim Cheung é algo refrescante, pois além de ter um arte muito agradável (apesar de as faces dos personagens serem sempre muito parecidos) consegue também distribuir bem o argumento ao longo da prancha, sem nunca ter um arte confusa.

Julgo que esta seria uma boa série mensal para a Marvel, já que dá sempre para desanuviar um pouco do Universo regular, mas parece que o argumentista não tem muito tempo para tal. Para já, está a sair um especial de 5 números, se não me engano e, além disso, os Young Avengers terão destaque na terceira edição de Secret Invasion, portanto, estejam atentos!

05 maio 2008

Murmúrios das Profundezas em Beja

É já no próximo Festival de BD de Beja que o mais recente projecto de autores portugueses vai fazer a sua estreia no mundo das publicações. Com Rui Ramos a coordenador, argumentista e desenhador, juntamente com os seu colegas Diogo Campos, Diogo Carvalho, Flávio Gonçalves, Luís Belerique, Ricardo Reis, Phermad e Vanessa Bettencourt, prometem chegar para ficar, depois de vários meses a trabalhar arduamente para que os seus 6 contos, ao todo, ficassem prontos para a data de lançamento.
Murmúrios das Profundezas é, segundo os próprios artistas, uma série de contos de terror/ fantasia em BD "
inspirados pelo Universo macabro criado por Lovecraft".
A tiragem será de apenas de 200 exemplares, cada edição com cerca de 68 páginas, por isso aconselho-vos a não deixarem o vosso exemplar escapar-vos.

Dia 11, Domingo, por volta das 15h dá-se este "assustador" acontecimento, mas não tenham medo, Beja terá muitas outras surpresas. Para os mais distraídos aproveito para dizer que no mesmo fim-de-semana poderão contar com a presença de Dave McKean, portanto, motivos não vos faltam para lá irem.

NOTA: Dia 11 apenas será feita a apresentação do projecto, por motivos técnicos a impressão dos livros não ficou pronta a tempo.

03 maio 2008

Iron Man

Actualmente as adaptações de personagens de BD ao cinema são o pão nosso de cada dia, mas o problema reside sempre na qualidade das mesmas. Avaliando estes último anos de filmes relacionados aos personagens da Marvel e da DC (maioritariamente da Casa das Ideias), temos uma grande caixa com produções que não valem a ida ao cinema e também temos um pequeno cofre em que residem as boas adaptações. Até hoje a trilogia do Homem Aranha foi a que melhor me convenceu enquanto boa adaptação, juntamente com o 300 de Frank Miller. O último filme do Batman é também uma boa escolha, mas se formos a falar do Super-Homem, tal qualidade não se repete, nem de perto nem de longe. Sin City e Hellboy também são aconselhados.
Pois bem, senhores realizadores de cinema, se querem um filme base para se guiarem por entre as vossas experiências cinematográficas com super-heróis, escolham esta grande adaptação da personagem Iron Man, que sem conseguir ser brilhante ou excelente, é um belo blockbuster deste ano, que nem sequer roça o excesso comercial e consegue entreter durante cerca de duas horas a audiência, captando a essência de um Tony Stark adaptado às necessidades modernas (personagem com um humor arrogante, literalmente um homem de ferro com um coração de ouro, mulherengo e certas vezes desajeitado).
Por assim dizer, neste filme temos a acesso a um Stark na sua versão Ultimate, como já seria de esperar. E é aqui que reside o que o ponto chave de toda a longa metragem - não são os efeitos especiais que fazem de Iron Man o bom filme que é, mas sim a encarnação de Robert Downey Jr., que interpreta de forma brilhante o milionário playboy da Marvel. Além disso, o argumento ajudou em muito para que a caracterização de Stark ficasse memorável, juntando a isso também as personagens em redor do protagonista, com Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) em destaque, o braço direito de Stark. O clichê óbvio de que a ajudante feminina e o herói acabam sempre por ficar juntos é muito bem contornado neste argumento, fazendo com que haja apenas uma espécie de amor platónico entre os dois muito agradável de se ver. O vilão, esse sim, é usado de uma forma muito básica, começando por ser apresentado como grande amigo de Tony, mas revelando-se no fim como o verdadeiro némesis deste episódio. A armadura inspirada nos conceitos de Adi Granov dá aquele ar cool que uma personagem deste calibre exige e no fim Tony não consegue mesmo esconder que é sem dúvida o Homem de Ferro, depois de tanta especulação junto da imprensa. Aos mais distraídos, eu incluído, não abandonem logo a sala quando o filme terminar, mas apenas após os créditos passarem. Há uma cena (que se pensava ter sido cortada) com um nosso conhecido que merece ser vista.

Iron Man abre bem esta nova temporada de adaptações da recente Marvel Studios, que terá ainda este ano a estreia da nova adaptação do Hulk. Jon Fevreau está de parabéns e espero que consiga levar avante a sua planeada trilogia com esta personagem, com a sequela a surgir em 2010. Next: The Dark Knight.