06 março 2007

Civil War: Especial - Análise

E aqui começa o Especial completamente dedicado à mega-saga Civil War, a causadora da maioria dos abalos da Marvel durante estes úlltimos tempos. Vão poder ler mais artigos referentes a este evento sobre vários tópicos que iremos iniciar.
Comecemos pela a análise.

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O evento mais aguardado do ano de 2006 teve o seu fim neste mês de Fevereiro. As já conhecidas guerras da Marvel, voltaram agora com um novo objectivo e diferentes facções. A mini-série de 7 números, Civil War, causou grande agitação no Universo Marvel, gerando também muita polémica com alguns acontecimentos que se seguiram. SPOILERS em baixo.

Na edição #1, vemos que toda esta guerra começou com mais uma luta dos New Warriors, transmitida na TV. Os alvos eram Nitro, Speedfreek, Cobalt Man e Coldheart. Quando a luta parecia ganha, o Nitro apareceu de novo e fez-se explodir, levando com ele centenas de mortes, incluindo as crianças da escola de Stamford, mas ele permaneceu vivo.
Este incío teve grande impacto. Todos os membros dos New Warriors morreram também neste acidente, excepto Speedball, que foi projectado para fora de Stamford. Provavelmente a morte de Namorita foi a que mais problemas causou. Afinal, ela ela fazia parte da família de Namor, governador da Atlântida. A partir daqui, os Atlantes entraram em rota de colisão com a superfície, recusando dar qualquer apoio ao Registo.

O que ocorreu em Stamford foi apenas uma desculpa para algo que o governo já queria fazer há muito tempo – acabar com os vigilantes das inúmeras cidades dos E.U.A. Há quem diga que tudo foi encenado pelo Governo para forçar uma lei que já era desejada por muitos – o Registo dos Super-Heróis (mais conhecido como Super Hero Registration Act). Os habitantes dos Estados Unidos também ficaram sensibilizados com a morte dos habitantes de Stamford, portanto apoio não faltou.
Já se adivinhava como se iria dividir a Guerra. Dum lado ficou Tony Stark, apoiante do Registo, e do lado da Resistência ficou Steve Rogers, o Cap. Ao início fiquei um bocado indignado com isto. Por um lado, eu via o Stark como o pilar da iniciativa do Registo, já que ele afirmava que este era o próximo passo na evolução dos heróis, mas não era suposto o Cap lutar por aquilo que era melhor para o seu povo, ou seja, lutar pela sua segurança do seu povo e por aquilo que ele (o povo) acreditava e acima de tudo desejava? Esta divisão de heróis era mais um golpe de marketing que outra coisa.

A Guerra continuou por mais um número, chegando assim ao #2. Aconteceu aquilo a que se pode chamar de um escândalo, o Aranha revelou a sua identidade aos média, ficando assim a saber-se que Peter Parker era quem se escondia por baixo da máscara do “amigão da vizinhança”. A revelação da sua identidade chegou a ser noticiada nos jornais americanos na vida real, afirmando que anos de história do Aranha se haviam perdido.
Eu, como fã incondicional do Aranha, fiquei bravo. Então o Parker não tinha sempre em conta a sua identidade secreta, sempre que alguém a tentava descobrir? Afinal ele não queria proteger a MJ e a May? Fiquei uns bons minutinhos a olhar para o ecrã do meu computador a ver a imagem do Peter a tirar a sua máscara, a minha alma estava parva.

Na edição #3, dá-se o primeiro confronto entre as duas equipas de Vingadores, com uma luta brutal entre o Homem de Ferro e o Capitão. A luta estava bastante equilibrada até que alguém, que se julgava há muito desaparecido, decidiu aparecer – Thor, o grande Deus Asgardiano. O seu regresso teve um grande impacto na luta que estava a decorrer, tento que até aconteceu uma tragédia. Mas antes disso, muito se havia passado. Tony tentou, em vão, pedir apoio aos X-Men, tendo uma conversa não muito agradável com Emma Frost. Ele tentou de tudo, mas ela deu-lhe uma resposta muito inteligente. Num lance de génio, ela perguntou-lhe onde haviam estado os supostos heróis quando os milhões de habitantes, que viviam em Genosha, morreram, para grande desgostos dos mutantes. O Stark nem continuou a argumentar, tão forte tinha sido a resposta negativa que tinha ouvido. Voltou para o seu carro, mas algo o surpreendeu. Bishop apareceu vindo do nada. Pediu para conversar com o Homem de Ferro, pois tinha uma proposta deveras interessante. Ele tinha o objectivo de criar uma polícia de mutantes, semelhante à realidade futura da qual o próprio Bishop vinha. Revelou-se um grande vira-casaca, pois mesmo com Emma a rejeitar apoiar a guerra, Bishop não pensou duas vezes.
Hank Pym e Reed Ricards também tentaram a sua sorte. Por um lado, o Pym tentou convencer o Doutor Estranho a juntar-se aos Pró-Registo, mas o mesmo insistia em permanecer neutro. Já o génio da ciência deslocou-se para Wakanda, numa tentativa falhada de convencer o Black Panther a juntar-se à causa. Uma edição cheia de propostas, na sua maioria negadas.
Outro momento interessante foi a necessidade dos heróis secretos andarem camuflados pelas ruas de Nova Iorque. Esta era a dura realidade pela qual os heróis não registados tiveram de passar, para tentarem afirmar a sua liberdade.

Na edição #4 é mostrada a verdadeira origem de Thor. Na verdade, ele era um clone do original, feito por Reed Richards, a partir do ADN recolhido pelo Homem Ferro há anos atrás. A ânsia de Tony Stark em dominar a guerra era tão grande que ele nem pensou nas casualidades que poderiam acontcer. Durante o confronto que se havia iniciado no número anterior, o Thor estava tão direccionado para a vitória que matou Golias, um dos membros do anti-registo. Todos os presentes ficaram chocados.
É então que o Aranha solta uma das melhores frases da saga: “I thought we were doing this so no one else got hurt”. Todos os planos de Stark tinham ido por água abaixo. Ele queria uma guerra sem mortes, sem consequências indesejáveis, mas ele não soube controlar-se. E é então que dá uma grande reviravolta enredo. O que todos nós já sabíamos que ia acontecer, estava a iniciar-se. As dúvidas de Peter em relação à guerra estavam a tornar-se demasiadas para a sua cabeça, ele já não sabia o que pensar.

Estes dois números foram muito agradáveis, sobretudo por causa do regresso do Thor. A parte em que a Sue salva a equipa do Cap, depois de acontecer um tragédia, é muito boa, e aí ela mostra o porquê desta guerra ser inútil para todos. Isso leva Sue o seu irmão a passarem para o lado do Cap mais à frente. Além disso o McNiven desenhou como ninguém. A morte do Golias também teve a sua ponta dramática. Um pormenor também interessante é que uma das mães das crianças que morreram em Stamford passou a estar lado a lado do Tony a partir do enterro do Golias.
Na edição número 5, já se nota bem que o fim já está perto. O Cap começa a planear com os seus aliados um possível ataque à Área 42, prisão dos heróis situada na Zona Negativa. Infelizmente, há muitas baixas do lado dos revoltosos, principalmente o membro que permitia o seu transporte, Cloak.
Mas o momento alto de Civil War #5 é mesmo o confronto entre o Stark e o Parker. Finalmente o Aranha decidiu juntar-se aos Vingadores Secretos, após ter-se apercebido que a causa pela qual ele e Tony lutavam estava errada. Além disso, os heróis que se recusavam a registar passaram a ser presos, numa medida desesperada de forçar o registo. Após uma demorada conversa sobre valores humanos e os erros que têm sido cometidos ao longo da guerra, eis que se passa á acção. O Aranha é perseguido por dois Thunderbolts nos esgotos, seguindo um caminho que mais tarde iria dar à base secreta dos Revoltosos. O Punisher aparece de repente, vindo das páginas de Punisher War Journal, e salva Peter Parker de uma morte quase certa. O Aranha é levado para a base secreta e é devidamente tratado, após o Punisher fazer uma proposta de aliança ao Capitão. Tudo termina com o Demolidor a parar na prisão dos heróis, muito revoltado com Tony Stark.

Acho que foi a edição mais seca de todas as 7. Não aconteceu nada que não fosse esperado. Foram páginas muito calmas em relação às dos números anteriores. Não seguiu a política anterior de haver um cena que nos fizesse esperar por mais, nada de grande. Millar continuou com grandes diálogos, mas não me prendeu tanto. Mesmo assim, destaque gigantesco para a grande frase final do Demolidor. A ler! Além disso, McNiven continuou em grande forma. Esmerou-se.

É com o inicio da sexta edição de Civil War que começamos a descortinar aquelas que poderão ser as consequências mais profundas desta guerra: A Iniciativa: o total registo das identidades dos super-seres, uma super-equipa em cada estado dos E.U.A.
É na preparação dos Novos Campeões (relançamento de uma antiga equipa) que encontramos Maria Hill a falar com Hank Pym sobre o curso desta guerra...
Vemos também os Secret Avengers a delinear as suas estratégias para aquela que poderá muito bem ser a última batalha desta guerra…
Os rebeldes irão tentar um último e arriscado movimento: atacar o inimigo no seu seio! Na sua fortaleza, onde aprisionam aqueles que não se registam! Vão tentar num golpe de loucura ou de génio tentar irromper pela Prisão Alpha da Zona Negativa, e tentar derrotar os pró-registo!
Enquanto isso, o Doutor Estranho estava a usar os seus grandes poderes místicos de modo a descobrir qual o desfecho desta querela, que iria provocar um derramamento de sangue mais pequeno e manipular a realidade, de modo a conseguir que seja esse o desfecho no final, controlando as variáveis e as probabilidades… Assumindo papel de um Deus e tirando o livre-arbítrio aos heróis… (In)Felizmente a equação é complicada e nem mesmo o Doutor a consegue compreender, deixando ainda algum relevo para as escolhas dos guerreiros, e o desfecho deste confronto a vogar num mar de probabilidades.
É com o intuito de tornar as probabilidades para o seu lado mais favoráveis que o Capitão envia a Mulher Invisível até à Atlântida, de forma a conseguir o apoio de Namor, o Príncipe Submarino, e usar o vínculo que este tem por Sue Richards de forma a equilibrar as hipóteses de o recrutar para o seu lado… Tentativa esta que Namor reconheceu e levou a mal, perguntando porque é que o próprio Capitão não aparecia, instruindo ao invés disso a Mulher Invisível de modo a manipulá-lo somente para ter a Atlântida do seu lado… Dando a entender que os Atlantes iriam permanecer neutros no confronto…
As probabilidades não são bem o maior trunfo dos Secret Avengers, pois apesar de terem o maior estratega do Mundo, o conhecimento do outro lado que veio com o Aranha, e a força imensa do Deus Hércules… Mas será que isso é páreo para as maiores mentes e intelectos do Mundo? Nomeadamente contra o tecnocrata couraçado que é Tony Stark, ou o génio inventivo que é o elástico Reed Richards… Isto para não falar nos super-seres que têm do seu lado. Quem é que consegue competir contra o poder de um milhão de sóis a explodir que o Sentry detém, ou quem irá vencer a loucura do Venom, quem consegue rivalizar com a morte que não falha do Bullseye?
Parece que será um combate que não irá durar muito…
Mas a surpresa maior, chega sob a forma da revelação que existe um traidor no seio dos Secret Avengers, o traidor é a Tigreza e desde o início da sua cooperação com os Rebeldes que ela informava Tony sobre os seus movimentos e esquemas…
Mas eis que se dá uma reviravolta estonteante e fantástica!
Descobrimos que o Capitão América já tinha descoberto esta traição e até tinha inserido um espião na equipa dos Pró, o Hulkling que se tinha transformado umas horas antes no Hank Pym, assumido a sua identidade, e soltando todos os prisioneiros das suas prisões, aumentando para um número enorme as fileiras dos Rebeldes!
A edição #6 fecha com o Capitão a dizer: “Now close your eyes gentlemen! This might hurt”.

E é após esta frase que o combate irrompe e a sétima e final edição começa! Com um combate épico, com o grito de guerra: “Avengers Assemble” a irromper da garganta do Capitão América!
Este combate é uma forma de distracção de forma a conseguir ganhar tempo para redireccionar a ponte da Prisão para o Edifício Baxter, tarefa que coube ao Black Panther e à Dagger, quando a conseguem redireccionar cabe ao Cloak teletransportar todos os combatentes para as ruas de Nova Iorque, com grande esforço para Cloak…


E é nas ruas de Nova Iorque que encontramos grandes proezas de luta, nomeadamente o Homem-Aranha a dar conta de quatro adversários valorosos ao mesmo tempo e ainda levar o Senhor Fantástico ao tapete…
Por outro lado, o Homem-de-Ferro e os seus aliados parecem estar a ter vantagem, mas Stark está com o receio permanente de perder o lendário Capitão América de vista, o que pode levar a consequências desagradáveis, dado a sua grande capacidade enquanto guerreiro e líder… Mas parece não haver problema, os insanos Thunderbolts estão a tratar do assunto, o capitão encontra-se a defrontar ao mesmo tempo, alguns dos adversários mais perigosos de sempre: o Mercenário, Venom, Lady Deathstrike e Taskmaster, que escarnecem do seu adversário! Que apesar de tudo mantém um sorriso nos lábios, pois vê a cavalaria a chegar, nomeadamente os Atlantes!
Porém Stark, não se assusta, pois astuto como é já tinha considerado todas as hipóteses e mandou também vir os seus reforços, os Novos Campeões, juntamente com o Clone de Thor e o novo Captião Marvel!
Com estas chegadas de peso o combate ganha um novo fôlego, escolhem-se novos adversários! O Homem-de-Ferro vai procurar o Capitão e o Hércules vai em busca do Clone.
O Deus grego encontra o impostor do Deus nórdico e começa o confronto, onde se nota que o Clone deixa muito a desejar em relação ao original e detêm sempre o controlo da luta, até que o seu rival no fim da sua força e consegue o feito de pegar o falso Mjolnir e com ele abre a cabeça do falso Thor e assim acaba este combate…


É segunda vez que o Capitão e o Homem-de-Ferro se encontram no decurso desta Guerra, e na anterior o capitão ficou em mau estado, mas desta vez ele lutará de forma suja, o novo Visão danificou o sistema da armadura de Stark e é nesta situação muito difícil que o Capitão começa a partir a armadura com o seu escudo! Marcando a guerra, o escudo dos Rebeldes a partir a blindagem e poder dos Pró-registo…
Vendo-se já derrotado, Stark pede para Rogers dar o último golpe, o que provoca hesitação no defensor da América, e é com esta hesitação que desponta a hipótese que as forças de apoio, às vítimas da destruição que os heróis estão a provocar em plena Nova Iorque, vêem a hipótese para defender Stark! E o capitão rende-se! Rendição esta que provoca espanto nas fileiras dos Secret Avengers, pois eles estavam a ganhar… Sim estavam a ganhar a batalha, mas estavam a perder o argumento! Esta guerra já não tinha qualquer sentido, e o Capitão vê a dor que esta provoca nos corações das pessoas e os danos que provoca na nação, por isso em vez de matar adversários e continuar esta querela sangrenta ele prefere desistir e deixar que os acontecimentos corram livremente e que os corações e as raízes da Nação sarem… Por isso rende-se, rende-se como Steve Rogers, o civil, e não como Capitão América, o símbolo…
A edição culmina com Frank Castle a recolher a máscara do Capitão, o lançamento da Iniciativa e com Tony Stark a assumir o papel de Director da S.H.I.E.L.D. e a reconfortar a mãe de uma das muitas crianças vitimadas pelo Desastre de Stamford e a assegurar que tudo isto foi um doloroso interlúdio para uma época próspera.


CESAR:

Esta é sem sombra de dúvidas a saga que provocou mais mudanças no Universo da Marvel, seja pelas consequências políticas, tanto pelos desfechos surpreendentes e pelas mudanças nas vidas das personagens… Peguemos por exemplo no Homem-Aranha, revelou a sua identidade, ficou com a vida da sua tia por um fio, e ainda irá mudar o seu uniforme… Muito para o tempo que durou esta guerra…
Outra personagem que sofreu muito com todos estes eventos foi Robert Baldwin, antigamente conhecido como Speedball, era o mais juvenil dos New Warriors, sempre alegre e disposto a defender os seus amigos, após a destruição de Stamford, que levou além de todos aqueles que ele considerava como amigos e ainda mais 612 pessoas, ele conseguiu sobreviver… Imaginem o peso de consciência que é ser o sobrevivente de mais de 612 casualidades! Ainda por cima, num evento despoletado pela ganância e sede de reconhecimento deste incauto jovem! Ninguém poderia sobreviver a um evento destes sem enlouquecer! E é isso que acontece a Robbie de maneira mais ou menos óbvia! Ao aceitar como justa a pena que lhe é decretada, e ao colocar 612 pregos dispostos em pontos estratégicos do seu corpo de forma a estimular os seus novos poderes… Algo inconcebível de se perceber…
Mas é obvio que a maior consequência desta Guerra foi a prisão de Steve Rogers e a vitória do Acto de Registo Super-Humano, que culmina com o registo de todas as identidades secretas daqueles que queiram colocar em risco a sua vida de modo a vestir uma farpela ridícula e irem combater loucos com poderes… Mas pelo menos cada estado dos E.U.A terá uma super-equipa de modo a proteger os seus cidadãos…
Após as violações de diversos tratados e regras de conduta os estados unidos entram em guerra com os descendentes dos Kree, os Inumanos liderados pelo mudo Raio Negro, e devido à morte de Namorita e de um diplomata Atlante, a relação entre a superfície e a Atlântida é deveras tensa…
Infelizmente, parece que as conclusões desta guerra civil são mais amargas do que positivas, seja pela destruição de muitas vidas, pela morte de muitos heróis e civis, pela tensão que a guerra entre nações…
A nível de vendas. Civil War parece ser uma das sagas mais bem vendidas de sempre, com mais de 100 edições envolvidas, seja na própria saga ou em tie-ins, Civil War veio resgatar o velho espírito de cooperação do Universo Marvel, agora os X-Men não são apenas histórias sobre mutantes, são histórias sobre mutantes no Universo Marvel, que têm acesso a ajuda de qualquer outra super-equipa.
A saga principal foi escrita por Millar, que já tem carreira nisto de escrever histórias com uma forte crítica politica, seja em The Authority ou em The Ultimates, e falo em crítica política, pois isto é apenas o reflexo no mundo super-humano que uma tragédia como o 9/11 tem para a vida de pessoas que voam, e após um erro, um acidente, vêem-se no meio de uma guerra que é o resultado da tentativa de violação de direitos do cidadão, onde terão de ser obrigadas a revelar as suas identidades e capacidades, só para não serem caçados como animais, provocada pela paranóia e pelo medo de réplicas que a morte de 612 pessoas gera…
Os desenhos ficaram a cargo do Young Gun Steve McNiven, um maçarico nestas lides, mas que é dotado de uma grande qualidade de traço, apesar de ser demorado a libertar os seus trabalhos, desenha como poucos e a coloração usada nos seus trabalhos só engrandece o lápis deste jovem desenhador, que consegue desenhar cenas com um grande pormenor e com uma enorme beleza…


Celtic-Warrior:

Independentemente das consequências e controvérsia que gerou, Civil War foi das melhores histórias que li nestes últimos tempos, é claro que pensando nela apenas como uma mini-série muito bem escrita e excepcionalmente desenhada, deixando de lado as suas consequências.
Podem dizer o que quiserem, mas para mim esta história teve um grande significado, principalmente do ponto de vista moral do Capitão América. As suas ideias foram corrompidas por uma lei que ameaçou o seu país e tudo o que ela acreditava que era melhor para o povo americano. Sim, ele apercebeu-se tarde de que aquilo pelo qual ele lutava não era unânime perante o povo americano, mas percebeu que nem tudo aquilo que queremos é o melhor para os outros.
Por outro lado vemos um Stark obcecado pelo lucro da guerra, que não lutou pelo povo, mas sim por aquilo mais lhe convinha. O resultado da guerra acabou por ser mais uma consequência da vontade da população americana, que sensibilizada pelo desastre de Stamford, não hesitou em afirmar que Tony estava certo. Aqui percebe-se que houve uma enorme manipulação por parte do governo, numa medida desesperada por receber apoio para uma causa que provavelmente já era pretendida, faz tempo.
Comecei do lado do Pró-Registo, mas o fim sensibilizou-me. O registo dos heróis não serviria de nada ao mundo, mas que graça teria isto se não acabassem todos os registados? Agora segue-se a iniciativa. Os planos do Tony são interessantes, mas com a ameaça verde a chegar, não sabemos como acabará isto.
Mark Millar continua com a sua fama de apressar os finais. Notou-se bem a rapidez com que os painéis da última edição avançaram, deixando a carga emocional dos pensamentos do Cap muito “soft”. Num todo fez um grande trabalho, grandes diálogos e referências que só ele se lembraria.
McNiven é mesmo a revelação do ano. O homem estava em alta e achei de bom-tom a Marvel ter atrasado o título para dar um pouco mais de ar ao Niven para ele poder completar o seu trabalho em grande. Parabéns ao rapaz!

Escrito por:

-CESAR
-Celtic-Warrior

4 comentários:

  1. Exelente analise.A partir dessa historia eles podem levar a Universo Marvel para um futuro parecido com X-Men:Dias de um Futuro Esquecido,so que os Super-Herois não vão ser caçados por Robts gigantes,mas pelos seus ex-compasnheiros de batalhas. :/

    Abracos
    Grimlock

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  2. muito boa analise! :D
    podiam me dizer se em portugal saiu algum tpb com a compilaçao destes 7 numeros da civil war?

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  3. Em português ainda não saiu, mas em inglês já foi anunciado na Previews :D

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  4. até que enfim alguem me dá luz sobre os acontecimentos Civil War, obrigado !
    Andei a acompanhar uma outra excelente série durante a altura que decorria a Civil War : Annihilation

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