Quem esperava que Civil War iria resultar numa perda inconsolável, nunca esteve enganado. Aliás, era isso que todos os fãs esperavam ver, uma tragédia enorme que fechasse as portas da referida mini-série, mas tal não aconteceu. Quesada já anunciava que um grande herói iria ficar com a sua carreira terminada, mas eu pensava que isso fosse uma mentira. Afinal, os heróis mais importantes das Marvel e uns dos mais conhecidos estavam em risco de morrer. Eu não queria ver nem o Homem de Ferro ou o Capitão mortos, porque se fosse para isso que estes mega eventos servem, mais valia nem existirem. Certo é que sem nenhuma mudança após tanta tempestade, menos sentido faria, mas dividir os heróis em dois grupos distintos e obrigá-los a registarem-se quando parte deles se recusava já era suficiente. Quesada revelara-se mais uma vez, tal génio apenas poderia pensar desta forma.
O Capitão é cada vez mais incompreendido, e isso nota-se ao longo das várias edições em que ele participa. Começando pelo momento em que se revolta até á sua derradeira edição. Curioso, é ver que mesmo aqueles que estavam do lado de Rogers deixaram de confiar nele e passaram a vê-lo com um perdedor. Mesmo assim, alguns dos que apoiavam foram abandonados por ele mesmo, o que por isso só passa a ser falta de auto-confiança.
Nesta edição, somos presenteados com alguns flashbacks dos tempos gloriosos do Cap. Vemos o nascimento de um Sonho que prometia ser duradouro, mas do qual se avistava um fim. Steve Rogers dirige-se para o tribunal onde vai ser julgado pelos crimes que cometeu. Uma multidão enorme acode-o com frases acolhedoras e outras mais ofensivas. Sharon, uma das agentes da S.H.I.E.L.D. que o tem acompanhado nesta nova fase, também está presente e sente-se mais perturbada que qualquer um, mas essa perturbação é ainda pior do que se pensa. Durante este acontecimento, ela troca algumas palavras com Fury, sendo atentamente observada pelo Winter Soldier a.k.a. Bucky, pois a necessidade de confirmar o sucesso da protecção de Steve, falava mais alto. Durante a entrada de Rogers para o tribunal, ele chega mesmo a ser atingido por um tomate “podre”, vindo de um dos presentes na multidão. Parecia um lutador de boxe caído, em frente à sua multidão, a quem tantas alegrias tinham sido dadas, mas que agora viam o seu ídolo derrotado. Mas o último round não tardava. Tal sabedoria e técnica de Rogers permitiram-lhe visualizar algo anormal, num prédio perto da inglória recepção. Mas a reacção de Rogers foi tardia. Um Sniper fazia mira na sua direcção e conseguiu disparar com sucesso nas costas de Rogers. Pela TV, o Caveira Vermelha (agora com o seu espírito na mente de Alexander Lukin, devido aos efeitos do cubo cósmico) acompanhava todos os passos desta operação, ao lado do Dr. Faustus. O Sniper tratava-se de Crossbones, um antigo inimigo do Cap. Por um lado, o Caveira havia orquestrado todo este plano, em conjunto com Lukin. Esta junção de mentes mais parece ser uma guerra pelo poder do corpo de Lukin, do que uma cooperação para um objectivo comum. Mas ambos pretendiam a destruição de Rogers, o que por si só já basta para este dois indivíduos. Do outro lado temos Faustus, que se fez passar por um psiquiatra da S.H.I.E.L.D. e conseguindo assim hipnotizar Sharon. Sim, ela não estava a sentir-se mal precisamente por causa disso, Faustus apoderara-se da sua mente e fizera com que ela agisse de uma forma louca, um acto que se fosse cometido, ela nunca se perdoaria por tê-lo feito – depois de ser alvejado nas costas pelo Sniper (Crossbones), Rogers caiu no chão imóvel, mais anda com sentidos, o que causou uma agitação total na multidão, mas logo após isso, Sharon também o alvejou! Os efeitos do hipnotismo de Faustus sortiram efeito, para mal dos pecados de Sharon e para infelicidade de Rogers.
De seguida, dá-se o tradicional ajuste de contas. Bucky procura o responsável por esta tragédia, embora sem sucesso nesta primeira tentativa. Entretanto, aparece em cena Falcon, amigo de longa data do Capitão, talvez o maior amigo, também comovido com a situação. Dentro do quarto onde Crossbones estava instalado, Falcon acusa Bucky de ter assassinado o Cap, mas o mesmo nega tal facto, pois aparentemente ele está do lado certo neste momento. Falcon fica surpreso por ver que Bucky estava a falar com Fury, visto que ele anda desaparecido há uns tempos.
Num acto de desespero por encontrar por encontrar Crossbones, ainda desconhecido destes dois como assassino de Rogers, Falcon transporta Bucky por meios aéreos atrás do responsável e deparam-se com um helicóptero onde se encontra Crossbones.
Meus amigos, durante as próximas páginas dá-se uma sequência de imagens maravilhosas por parte de Epting. Ele tem um traço próprio e diferente do que estamos acostumados a ver, além disso tem D’Armata ao seu lado, excelente colorista que só podia pertencer à Marvel.
Bucky e Crossbones caiem para dentro da vinheta, literalmente, que curiosamente se trata de um cartaz publicitário de Registo dos Super-Heróis, onde figura Tony Stark. Estes dois lutam como se não houvesse amanhã, até que a briga chega a um fim, algo que já esperava. Crossbones cai derrotado depois soltar uma piada de morte (a sério!) e é então que Falcon aparece e trata do resto do negócio. Os agentes da S.H.I.E.L.D. estavam prestes a aparecer, motivo pelo qual Bucky tinha de abandonar o local.
A seguir destes acontecimentos insólitos, passamos para o derradeiro final, passamos para aquela cena que não desejávamos ver. Rogers encontra-se numa ambulância, junto a Sharon, a causadora desta indesejável fatalidade, e os paramédicos, fazendo os possíveis para melhorar Steve.
Brubaker não poderia terminar este comic sem mostrar o desgosto do Falcon em ver o seu companheiro perder a vida tão estupidamente, lembrando-se dos gloriosos anos pelo qual os dois tinham passado em “team-up” e pensando que depois de tudo isso, o mundo não fazia sentido sem ele por perto. Cliché, mas dramático, mas o dramático não é sempre cliché?
A seguir vemos Sharon a receber um recado de Faustus: “Remeber…”. O sentimento de culpa também não podia faltar nesta tragédia, Sharon parece estar mesmo a partir para um depressão, não é todos os dias que matamos um homem sem o querermos fazer, ou será que ela queria?
Finalmente, vemos Rogers no seu pior aspecto, jazido na morgue do hospital para onde foi levado. A morte de um Sonho construído há anos, que prometia durar para sempre, mas que virou as costas ao seu povo, que não acreditava mais nele.
R.I.P. Steve Rogers: 1941-2007
Penso que agora a Marvel vai apostar no lado mais humano da população. “Captain America Was Right!”. É isto que vai acontecer, sem dúvida alguma. Ah, e não esqueçamos o sucessor do Cap. Temos dois candidatos, o Winter Soldier, Bucky e Frank Castle, Punisher, que pelos vistos já se fez à máscara do Cap. Até já criou um pijama próprio em homenagem a Rogers. Será que vem aí o Captain “Hardcore” America? Espero que não, porque aí ia sentir pena de Joe Simon, tão ilustre personagem que ele criou em ’41, que agora morta vai ter um sucessor no mínimo ridículo. Se falarmos do Bucky, aí já é outra história. Desde que o Brubaker o introduziu nesta nova fase do América, já se pensava nesta sucessão natural. Mas não esqueçamos a terceira a hipótese. Ainda há possibilidade de tudo isto ter sido um embuste de Nick Fury. Quem sabe se a morte do Capitão foi forjada e se a razão for colocar a população em polvorosa, para chamar as pessoas à razão? Muitas questões ficam de pé depois desta tragédia. Só o tempo, Quesada e os súbitos reaparecimentos dos mortos na Marvel responderam a tais perguntas.
De resto, só tenho a dizer que esta história, por mais ridícula e sedenta de marketing que seja, está bem contada e sobretudo desenhada. Brubaker, you’re the best!
Agradeço pela informação de como o capitão morreuele era o melhorde todos os tempos
ResponderEliminarGo Steve Go!!!
realmente eu me emocionei ao ler sobre a morte do capitão america! esse roteirista trabalhou muito bem essa historia. vou comprar essa revista.
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