Originalmente Publicado em: Batman: Year One Hundred #1-4
Argumento e Arte: Paul Pope
Cor: Jose Villarrubia
DC Comics
Argumento e Arte: Paul Pope
Cor: Jose Villarrubia
DC Comics
O lançamento surpresa da Panini teve a sua conclusão neste mês de Julho, chegando ao seu segundo número com uma grande história deixada em pé na edição anterior.
Batman: Ano 100 é um história a solo de Paul Pope, com argumento e arte suas, onde o pano de fundo é uma cidade de Gotham futurista. O ano é de 2039, marcando assim o centenário da estreia da personagem Batman em Detective Comics #27, em Maio de 1939. Pode-se dizer que Pope voltou a usar um Batman simples, que se vê no meio de conspirações políticas com muita acção e tensão no meio, juntando o sempre essencial Jim Gordon, da polícia de Gotham ao enredo, mostrando que o Batman consegue muito bem adaptar-se ao estilo noir e policial, que no fundo sempre foi uma das carcaterísticas principais do herói.
Gordon é sempre essencial neste tipo de argumento e assenta que nem uma luva ao fazer team-ups com o Batman e ajudando-o sempre no fim de tudo. Além disso, há aquela curiosidade de o agente policial ficar sempre encarregue dos casos que o Morcego está a investigar, tornando a trama algo mais interessante. Neste episódio futurista, o Gordon que se apresenta não se trata do tradicional, mas sim de um parente do original (pois claro, passados 100 anos não podia ser o mesmo) que vive e trabalha na sombra do seu falecido avô (pelos vistos era este o grau de parentesco).
Ao invés do comissário, desde o início que não conhecemos a verdadeira identidade do Batman, apesar dos óbvios palpites serem sempre os de: "Será este um dos Robin's?". O curioso é que neste história o Robin dessa altura também participa. Talvez o Batman continue a ser o original, mas como é que ele conseguia sobreviver durante mais 100 anos seguidos e ter a agilidade de um jovem de 20? As respostas são dadas nas últimas páginas, apesar de nem tudo ser claro como água.
A história gira à volta de uma conspiração política que é coordenada pelas mentes algo criminosas do governo, que têm a seu dispôr as forças policiais de Gotham (diferente da comandada por Gordon). Os planos de toda esta conspiração estão a salvo com o governo, mas apenas eles possuem esse conhecimento, conhecimento esse que se trata do Devorador de Carne, uma espécie de vírus que consegue dizimar raças apenas pelo contacto com outra pessoa que já esteja infectada. Um espirro ou uma simples tosse pode levar a contagiar o lesado.
Como é óbvio, o vigilante mais conhecido de Gotham começa a investigar o caso, mas cedo é perseguido por agentes policiais que querem a sua cabeça a todo o custo. Perseguições exaustivas são feitas, até à noite em que ele é acusado de cometer um crime... que não cometeu. Gordon está do lado de Batman e acredita que tudo não passa de um complô, mas não basta ter apenas fé para ilibar o herói, são precisas provas. Ao longo da história, Batman vai-se infiltrando nas instalações que pertencem ao governo e que possuem pistas que podem levar a respostas, mas nada parece fácil. Gordon também faz o mesmo, mas o perigo espreita sempre à porta cada vez que ele entra em algum quarto. A ansiedade por obter respostas pode sair mal, até ao derradeiro fim, onde todas as respostas se concentram em poucas páginas. Respostas a perguntas que se tinham acumulado ao longo de toda a plot.
Pope produziu aqui um clássico instantâneo que pode muito bem vir a ser recordado daqui a alguns anos. Talvez uma aproximação a Frank Miller tenha sido desejada pelo autor, mas quem sabe. Pelo menos fez algo original e conseguiu trazer de volta o bom velho Batman ao estrelato, do qual eu já tinha saudades. O desenho é esquisito, mas este é daqueles casos em que "se estranha, mas depois entranha-se". Fui aprendendo a gostar, até ao momento em que me apercebi que Pope era uma grande artista. Villarrubia continua em grande estilo com as cores a que nos tem habituado, mas desta feita difere um pouco do estilo utilizado em colaborações com o artista Jae Lee.
Se há coisa que se deve comprar das edições da Panini, é esta mini-série, apesar de notar que uma edição mais cuidada em TPB seja merecida, porque este tipo de papel tira o brilho que a história tanto merece. Talvez uma compilação daqui a uns tempos seja pensada. Quem quiser comprar o original pode simplesmente ir à Fnac do Almada Fórum, porque no fim-de-semana ainda estava lá um exemplar do trade americano.
Nota: 8/10
E preços já agora?
ResponderEliminarTenho de ver se arranjo. O batman não é o Damien Wayne pois não?
3€ cada revista. Nem é caro, acho eu. Para 100 páginas por edição...
ResponderEliminarE não, não é o Damien (felizmente).
Eu já tentei começar a ler o Batman, pois sempre me fascinou, mas não tenho tido sorte.
ResponderEliminarExperimentei o arco com o Morrisson e o Kubrick mas foi uma banhada. Cancelei e não lhe voltei a pegar. Além deste, recomendam-me algo mais? Obrigado.
Kubrick? lol Realmente esse arco não é nada de jeito. também o li e fiquei surpeendido pela negativa. Como é que o Morrison pôde fazer uma cena tão básica e cheia de clichés... O que te aconselho são as obras do Miller, tipo Batman: Ano 1 e The Dark Knight Returns. Coisas assim, valem bem a pena.
ResponderEliminarMauro,tenta o Batman Cidade Destrocada/Devir,e o Batman:Under The Hodd,ou algo mais antigo como a Saga Queda do Morcego/Knightfall/Knightquest/KnightsEnd.
ResponderEliminarhttp://en.wikipedia.org/wiki/Knightfall
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