12 janeiro 2008

I Am Legend

De Francis Lawrence
Com Will Smith

Robert Neville é o (aparentemente) último sobrevivente de um mundo afectado por um vírus julgado milagroso. Os humanos passaram a ser Vampiros (ou Noctívagos) e os animais são também ameaçados pela doença que os transforma em seres indescritíveis.
Neville vive a sua rotina diária acompanhado pela sua cadela Sam(antha), um dos poucos animais no mundo que ainda não foi infectado pelo vírus letal.
Este vírus começou, na verdade, por ser uma cura bem sucedida para o cancro. Várias pessoas conseguiram ser curadas, mas algo correu mal com as primeiras cobaias, o que desencadeou uma mutação inesperadas nas mesmas, tornando-as seres extremamente sensíveis a raios UV, ou seja, Vampiros para ser mais exacto.

Neville vive isolado em Nova Iorque, onde co-habita com animais fugidos do Zoo local, com o seu sempre fiel animal de estimação e ainda com um punhado de manequins, espalhados devidamente por vários pontos de passagem. Tudo isto para não se sentir tão só...
O filme chega a ser extremamente monótono pois não possui nenhuma banda sonora específica, apenas algumas músicas aqui e ali de um senhor que já foi um dos grandes nomes da música há uns bons anos (não irei dizer quem, perderão assim um bom pormenor do filme). E é por ser monótono que o apreciei tanto, transmitiu-me exactamente a sensação que é viver sozinho no mundo (apesar de nem imaginar um bocadinho como seria essa tão triste situação). Além disso, existem alguns momentos dramáticos que são um verdadeira tristeza, o que contribui para que ainda gostasse mais do filme.

Felizmente a longa-metragem não serve apenas para mostrar embates entre o nosso herói e um bando de vampiros sedentos de mais amigos para as suas fileiras. I Am Legend insiste muito em mostrar como seria realmente viver sozinho num mundo a que estávamos habituados a ver cheio e o quão doloroso seria, mas a esperança de encontrar alguém prevaleceria independentemente do que acontecesse. Will Smith demonstra que não só um actor de comédia e que sabe bem adaptar-se a um papel dramático.

Como nada é perfeito, não gostei que o filme apenas tivesse a duração escassa de 100 minutos. Houve muita coisa que poderia ter explicada, principalmente por intermédio dos famigerados flashbacks. A origem dos Vampiros, apesar de ser óbvia, podia ter sido melhor apresentada, mas por outro lado, fugiu-se um bocado das típicas secas que se apanham de vez em quando. Outro aspecto que não foi bem do meu agrado foi a insistência numa coisa que para mim já se tornou um cliché - os Vampiros. Tudo bem, encontrámos a cura para o cancro, parecia tudo bem mas as pessoas que foram curadas tornaram-se vampiros e a partir daí deu-se um ciclo vicioso em que todos aqueles que vislumbrassem alguém infectado passariam também eles a serem atormentados pela perseguição tenebrosa até se tornarem também eles vampiros... Mas porquê Vampiros? Se não Vampiros, o que seria então? Porque não outra coisa qualquer? Na minha opinião poderiam ter criado um ser que nunca seria visto durante o filme inteiro, que a partir dos seus sons e acções fosse imaginado pelo público. Talvez fosse interessante, talvez fosse menos atraente para as massas.

Concluindo, I Am Legend tem tudo par ser um bom filme, desde as boas cenas de acção, dramatismo e efeitos especiais. Não me importava que todos os filmes fossem assim, já que este é o verdadeiro cinema - serve para entreter. É claro que existem obras que são mais do que puro entretenimento, mas isso todos sabem.
Next: The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford e Sweeney Todd.

5 comentários:

  1. Não sei se vou ver, ando um bocado farto de filmes tristes...
    hahahah só me apetece ultimamente ver pancadaria !
    (ando mesmo mal...)

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  2. LOL, isso depende sempre do estado de espírito de cada um, é como ler BD/ livros e ouvir música.
    Neste momento apetece-me ver qualquer coisa, desde que algum pormenor no trailer ou nalgum poster me chame à atenção ;)

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  3. Ouvi dizer que os efeitos especiais em relação aos "monstros" estavam bastante fracos.

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  4. Sim, de facto. Foi isso que me fez preferir que eles nem sequer tivessem aparecido.

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  5. Pah... Se não fossem vampiros, seriam zombies e para zombies já cá estão o Romero e os Resident Evils desta vida. E no livro os noctívagos sofrem de uma condição semelhante ao vampirismo.
    Quanto a filmes de monstros: só digo isto: Cloverfield

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