23 março 2008

Criminal 2 #1 - Second Chance In Hell

Argumento: Ed Brubaker
Desenho: Sean Phillips

Gnarly Brown, filho de Clevon Brown, nasceu no seio de uma família abastada, para a qual o seu pai trabalhava há já vários anos após um acordo entre ele e Walter Hyde, um homem que se tornou o mais influente da sua cidade. Clevon converteu-se no braço direito de Hyde acompanhando-o para qualquer lado. Qualquer decisão que fosse tomada em relação aos negócios escuros que ocupavam Walter na maior parte do seu tempo, tinha sempre de passar por Clevon antes de andar para a frente. Ele era sem sombra de dúvida a pessoa com o papel mais preponderante na vida de Walter, não tivesse sido ele o responsável pela sobrevivência deste homem há uns anos atrás.
Clevon acabou por morrer de cancro, deixando para trás o filho Gnarly sem qualquer família, apenas Walter e o seu filho Sebastian Hyde para o acompanharem. É claro que os pais destes dois rapazes queriam que os filhos lhes sucedessem e se tornassem exactamente como eles no futuro, mas Gnarly não pensava assim, ao contrário de Sebastian. Gnarly tinha uma forma muito própria de pensar, o que o levou a ser um pugilista profissional, ao lado do seu treinador Tweedy. Ao longo do tempo conseguiu ganhar respeito entre todos os seus adversários, sem nunca ter perdido um combate. Até que apareceu a mulher que lhe iria dar a volta à cabeça. Ela veio para fazer com que a sua vida nunca mais fosse a mesma, mas também desapareceu com esse mesmo objectivo. Anos se passaram até que Danica se voltasse a intrometer na vida de Gnarly, mas não com o objectivo de o voltar a ver, não. Acabar com Sebastian Hyde era o trabalho que havia para fazer e ela não hesitou em ocupar-se desse cargo, após uma história a dois muito mal acabada. Mas isso valeu-lhe a vida. E também a carreira de pugilista de Gnarly. Tudo pelo amor da sua vida.

É como eu digo e não me canso de repetir - Brubaker is the man! O homem consegue tornar qualquer história, qualquer personagem ou qualquer ambiente em algo magnificamente interessante, que valem todo o dinheiro que se paga para ter a história. Além disso, o esforço para conseguir publicar cartas dos leitores e artigos sobre filmes noir é sempre de louvar. Também não esquecer a principal nova característica de Criminal - a excelente qualidade do papel. E isto é apenas um comic, que se tornou numa autêntica "crime mag". Quem compra os trades fica, como é óbvio, muito descontente pois fica sem acesso aos artigos e às futuras entrevistas (e outros bónus) que Brubaker introduziu neste comic. E já houve várias queixas de compradores dos TPB's, mas o argumentista rematou que são estas pequenas coisas que os leitores mensais merecem, pois são eles que fazem com que o comic viva, e não poderia haver verdade mais incontestável.
Sean Phillips melhora a cada edição que até mete impressão. As expressões das personagens, os backgrounds, o storytelling e tudo mais tem um toque muito especial deste artista. Além disso, as cores de Val Staples são também algo a sublinhar, pois sem este também excelente trabalho, Criminal não seria Criminal.
A última nota vai para a capa desta edição, que está espantosa (e o artwork de apresentação do novo arco também tem grande qualidade). As outras edições também tiveram capas muito boas, mas esta é a melhor, na minha opinião.

Nota 10/10

3 comentários:

  1. Mas tens mesmo a certeza que esses extras não estão nos TPBs?!? :( :(
    Tenho que arranjar por backissue desde o #5 :(

    ResponderEliminar
  2. Sim, tenho a certeza, palavras do próprio Brubaker :(

    ResponderEliminar
  3. Pois é o tpb esta lindo,mas sem extras.

    Grimlock

    ResponderEliminar