28 setembro 2008

Superman: Last Son

Argumento: Geoff Johns e Richard Donner
Desenho: Adam Kubert 

Quando li este livro veio-me rapidamente à memória a melhor estória que já li do Super-Homem - Superman: Secret Identity, e notei várias semelhanças na abordagem destes dois enredos que, apesar de tocarem momentos cronológicos completamente diferentes, partilham alguns pontos interessantes desde a possível paternidade de Kal-El até à qualidade que as duas obras possuem.
Em Secret Identity lidamos com a origem do Superboy Prime, habitante de um planeta em que os super-heróis apenas existem na forma de Banda Desenhada. Mas para grande azar deste personagem, os seus pais deram-lhe o nome de Clark Kent à nascença, o que faz com que todos os seus amigos e familiares trocem dele de alguma forma com comparações algo insólitas. 
"Onde é que anda a Lois, Clark!?" era a deixa mais conhecida no liceu onde Clark tinha aulas. Por sua vez, em cada aniversário seu era bombardeado com os mais deliciosos presentes da personagem dos comics, desde estórias antigas até a uniformes e outros que tais. Quem disse que ter um nome destes era fácil?
Neste Last Son, o Super-Homem é o original e já conta uma idade bem mais avançada. O Universo é o que todo nós conhecemos e inclui a Lois Lane, Jimmy Olsen, Perry White e outros tantos, o que permite que toda a mística deste personagem esteja presente. E para que esta continue a ser uma estória interessante do Super-Homem, é também preciso que esta tenha uma premissa simples, sem esse factor não valeria a pena pegar neste livro.
Kal-El descobre que afinal não é o último sobrevivente de Krypton e que afinal ainda havia um descendente que se havia perdido na Zona Fantasma, uma espécie de prisão Kryptoniana a que aqueles que haviam cometido crimes estavam condenados, com a vantagem de que por lá o tempo não passava, daí este indivíduo ter sobrevivido durante tanto tempo.
Ao início, Chris Kent (nome de código dado à criança e uma óbvia referência a Christopher Reeve) é alvo de estudos por parte do Governo, o que contribui para que Clark tente assumir rapidamente a paternidade do rapaz juntamente com Lois, apesar de esta recusar numa primeira instância. A partir daqui, o desenrolar da estória é digno de uma adaptação cinematográfica, não fosse ela dirigida por Richard Donner e Geoff Johns. Até existe um capítulo passado na Zona Fantasma adaptado à tecnologia 3-D, sem dúvida um dos momentos altos deste livro.
Ainda assim, neste conto do Super-Homem, acontece algo que raramente se passa - o desenho supera a mestria do argumento. E eu pergunto-me como é que isto seria possível quando o argumento, por si só, já é algo tão bom? A resposta é "Adam Kubert". Parece mesmo que "filho de peixe sabe nadar". A arte deste senhor não pode ser descrita, apenas vislumbrada e logo contemplada. Podem dizer que a arte não é hiper-realista e que os bonecos dele parecem vindos de uma série animada, mas antes de qualquer artista saber desenhar uma anatomia perfeita de um personagem, deveria aprender a fazer Banda Desenhada, que essa nem todos sabem. Isto sim é Banda Desenhada!
Tanto Secret Indentity como este Last Son são estórias com uma beleza imensa, devido à sua simplicidade que capta na perfeição dois momentos destintos da vida do Super Homem, se bem que no primeiro se foca toda a vida do mesmo chegando até à parte em que Clark se assume como pai de duas filhas, se não estou em erro. Ah, a arte também é espectacular em SI. 
Acho que o Super-Homem é aquela personagem que todo gostam, pois é de facto interessante ver como um perfeito Deus consegue ter uma mitologia tão banal e sedutora ao mesmo tempo. Sem dúvida que estes dois livros devem ser lidos por todos vós que gostam de BD.
Nota: 9/10

9 comentários:

  1. Boa critica Celtic!
    Esse livro já anda há muito tempo na minha lista de "compráveis", mas por uma razão ou outra tem sido sempre preterido por outros, e se calhar alguns piores que Last Son. Vou ver se dou uma "volta nele"

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  2. Já leste o Secret Identity, Bongop?

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  3. Não tb não li! Tenho uma certa resistência a comprar livros do Super... mas o All Star "quebrou o gelo"! O Super só era toleravel para mim em conjunto com outros heróis. Agora estou um mais "aberto" a estórias a solo.

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  4. Então já sabes, quando comprares cenas do Super mete estes dois livros em primeiro lugar!

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  5. Ainda por ler... Sofreu um tal atraso que parei de ler e agora vou ter que reler do inicio.

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  6. E quem diria que o Superboy Prime se tornaria num dos vilões mais perigosos da DC?

    Nunca li nenhum desses dois não sou propriamente entusiasta do Super, mas vou anotar estes, pareceram-me interessantes :)

    E os autores e artista são muito bons :)

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  7. Quando lês o SI nem imaginas que o Superboy se iria tornar uma personagem tão mesquinha, lol. O Busiek dá uma ideia dele muito amistosa, sem sequer referir que alguma vez ele se iria juntar aos Sinestro Corps ou participar na Crise (só se fosse vidente).

    Só dá para reparar que actualmente o Secret Identity se tornou um Elseworld, pois conta uma estória totalmente diferente da do Superboy que hoje conhecemos.

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  8. O Secret Identity foi uma das melhores histórias do Super que já li.
    Mas pelo que dizes, este livro também não lhe fica atrás, confesso que ainda não li nada deste Last Son, mas assim que puder vou dar-lhe uma olhada. ;-)

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  9. "O Secret Identity foi uma das melhores histórias do Super que já li"

    Para mim tambem ocp,comprei o tpb numa promo e não o vendo de maneira nenhuma.Last Son começa a sair aqui este mes na revista Superman da Panini.

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