- A ILHA (um olhar sobre o mundo real) - mas afinal, o que era a tão misteriosa ilha? As recentes analogias mostravam que se tratava de uma rolha que impedia que o mal lá aprisionado se espalhasse pelo resto do mundo, o que levava a reflectir sobre a provável importância global da mesma. Será que o fim da ilha poderia representar o fim do mundo? A enorme quantidade de energia electromagnética lá concentrada poderia muito bem causar um grande impacto à escala mundial. Mas este local cheio de fenómenos ocultos serviu de casa a muitos mais mistérios. Os inúmeros habitantes, quer fossem egípcios ou romanos, que ao longo de várias gerações foram por lá passando deram origem a diversas questões sobre a sua estadia na ilha. No fim acabou tudo por ser um reflexo do mundo real, populado pelas mais diversas civilizações, expondo os seus usos e costumes.
- OS FLASHBACKS/ FLASHFORWARDS - eu sei, chegou a uma altura em que já não se aguentava tanta regresso ao passado para conhecermos melhor a vida dos losties, mas este recurso narrativo ganhou uma nova dimensão com esta série. Era deliciante estabelecer comparações entre o passado e o presente e fazer jogos de diferenças / semelhanças. O ponto alto da primeira temporada. Os flashforwards serviram mais como um quebrar de rotinas e até funcionaram bem.
- CIÊNCIA VS. FÉ - nunca nos iremos esquecer das dezenas de discussões à volta deste tema protagonizadas pelo Jack e pelo John Locke. Podemos afirmar que foi o tema mais recorrente ao longo da série, onde acompanhámos uma extensa análise aos conceitos de ciência (o culto pelo conhecimento sistemático) e de fé (crença na existência de algo superior a todos nós). Ao longo das seis temporadas vimos como o Jack passou por uma complexa metamorfose ao se transformar num Homem focado no seu destino e no papel que tinha de cumprir, o de salvar a Ilha, aquele local que lhe estendeu o braço e nunca o recusou.
- AS ALCUNHAS DO SAWYER - esta é icónica! As alcunhas desta personagem renderam alguns dos melhores momentos da série não só devido a um grande trabalho dos argumentistas como também do talentoso actor Josh Holloway.
- AS PERSONAGENS - esta é uma de duas facções - há quem veja a série pelas personagens e aguarde uma resolução das mesmas, interessando-se pouco pelos mistérios que pairam sobre a série. Esta abordagem à natureza humana era uma das que cativava mais fãs da série, principalmente os espectadores ocasionais que já não entendiam nada sobre a componente misteriosa.
- OS MISTÉRIOS - a segunda facção, dedicada quase que exclusivamente aos fãs hardcore. Era isto que preenchia os fóruns da net e fazia escorrer tinta e mais tinta sobre teorias tanto loucas como credíveis. Para mim nada bate o mistério da escotilha, brilhantemente desvendado logo no primeiro episódio da segunda temporada, o que coincidiu com a estreia do Brotha Desmond. A mitologia de Jacob também é interessante e só tenho pena não termos descoberto mais segredos sobre a sua origem e os seus poderes.
- O FENÓMENO DA INTERNET, AS TEORIAS! - desde a Lostpedia até à malta dos blogs, toda a gente tinha algo a dizer sobre LOST. A maioria das teorias acabavam por ser elas mesmo tramas densas que faziam referências a vários acontecimentos da ilha, muitas vezes sem ligação alguma. Toda a gente se esquecia do princípio da Navalha de Occam, a explicação mais simples é sempre a mais correcta. Deixo aqui aquela que é para mim a melhor teoria sobre a série. Eu cá acredito nisso.
- A BANDA SONORA - Michael Giacchino é um senhor! Para mim é somente o maior nome a nível de composição de Bandas Sonoras actualmente, trabalhando em séries (Alias, Fringe), jogos e em cinema (Pixar, Star Trek, Missão Impossível). Tem um sensibilidade tal na interpretação das cenas que tem de embelezar com a sua música que poucas são as palavras para o descrever. E não só nas partes dramáticas se destaca, como também é exímio a criar situações de tensão crescente.
- AS MORTES - aqui, os argumentistas respeitaram um princípio também muito utilizado por Quentin Tarantino: matar personagens quando a audiência ainda quer saber delas. É essencial fazer jus a este princípio, pois a morte de uma personagem que nos preocupa marca mais do que ver a Tia May morrer após anos de vida que já não lhe eram devidos. Mas também fizeram jus a um dos princípios da Marvel: ressuscitar malta do mundo dos mortos, se bem que de forma um pouco disfarçada em que a causa era invariavelmente uma aparição ou o Man In Black a fazer das suas.
- O FIM - memorável! É isto que posso dizer. Meio mundo ficou desiludido porque o foco deste final foram claramente as personagens. Os mistérios ficaram de lado e algumas coisas que se passaram na ilha continuaram ambíguas o suficiente para o pessoal ter tema de discussão por muitos mais anos (talvez daqui a uns tempos se façam encontros de fãs de Lost à semelhança de Star Wars). O que eu sei é que nunca tinha visto algo tão comovente, talvez por nunca me ter aproximado tanto de personagens de uma série. É esquisito, mas o sentimento final que tive foi quase como que o de uma despedida de amigos próximos que eu sei que nunca mais voltarei a ver. E afinal a realidade alternativa era o purgatório! Uma teoria que já tinha sido debatida inúmeras vezes, mas em relação à ilha. Esta apanhou todos de surpresa, pelo menos aqueles que acreditavam que a Jughead tinha dividido a realidade em duas. Os últimos 10 minutos foram a cereja no topo do bolo onde vemos Jack a perecer com a companhia do cão Vincent, numa referência directa aos minutos iniciais do piloto da série. Foi pena ter acabado, mas algum dia tinha de ser. Para matar saudades, caiu na internet um epílogo que era suposto ser visto apenas aquando do lançamento dos DVD's, aqui. The New Man In Charge, 11 minutos bastante intrigantes, mas que não revelam muitas coisas que já não soubéssemos.
22 agosto 2010
10 Coisas Que Tornaram LOST Memorável
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Eu vi, eu revi e eu vou rever outra vez!
ResponderEliminarEstou ansisoso pela edição especial em blue-ray para ter a série completa.
Sem dúvida uma das melhores séries dos últimos anos, e não fora a minha obsessão pelo Supernatural esta seria a minha preferida da década de 2000 - 2010.
Por acaso também gostava de rever :D
ResponderEliminarExperimenta ler a teoria que postei aqui e rever a série com essa ideia.
Já deixa saudades,mas felizmente sempre se pode ter em casa em dvds,para ver e rever.
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