20 setembro 2010

Green Lantern - Agent Orange

Argumento: Geoff Johns | Desenho: Philip Tan e Ivan Reis

Este é porventura o mais desinspirado arco da saga da Guerra da Luz, o que necessariamente (e infelizmente) se traduz na pior leitura do mês. O que Geoff Johns tem feito ao longo destes últimos anos foi habituar-nos a trabalhos de muitíssima qualidade e à medida que o tempo passa é cada vez mais difícil superar-se a si mesmo. O que se passou neste Agent Orange foi algo de muito estranho. É nos introduzido um novo Lanterna, o Laranja, motivado pela Gula e que responde pelo nome de Larfleeze, tendo há milhões de anos atrás se apoderado da lanterna colorida que lhe confere poderes extraordinários, com a agravante de causarem demência ao seu portador, neste caso uma fome insaciável por poder. Esta fome é alimentada pela lanterna que Larfleeze transporta constantemente consigo, o que recarrega o seu anel permanentemente. Isto permite-lhe criar avatares de identidades cuja vida terminou ao confrontarem-se com o Lanterna Laranja, uma espécie de exército dos mortos vindo lá não sei de onde. A coisa tem o seu potencial, mas talvez não tenha sido explorada da melhor forma...

O Agent Orange acaba por ser um dos inúmeros segredos escondidos pelos Guardiões do Universo, os nossos queridos e amados estrunfes que de heróis passaram a vilões nesta saga de Geoff Johns. O que se tem revelado ao longo dos últimos meses é que estes meninos não estão aqui para brincadeiras e como qualquer líder de uma instituição, apenas são movidos pelo poder! E é esse poder que os tem corrompido ao longo dos anos. Todo sabem que os Guardiões não podem mostrar sentimentos ou emoções (o que aconteceu com Scar e Sayd, valendo-lhes a expulsão dos Green Lantern Corps), mas o que se tem verificado é que a sua ambição pelo domínio e poder do universo se tem tornado mais do que emotivo...


De facto é interessante verificarmos esta constante metamorfose dos Guardiões ao longo deste volume, mas o que é facto é que essa experiência começou bastante atrás e tem sido vivida ao longo das páginas de Green Lantern e Green Lantern Corps, num ritmo frenético em que já vimos ser introduzidas mais personagens que numa novela da TVI. Larfleeze é mais uma dessas personagens, cuja identidade já é mantida em segredo há anos e anos, mas que ninguém aparentemente conhecia. Isto porque o mesmo habitava no sector proibido a todos os Lanternas Verdes: o Vega System. E é este o conceito mais interessante introduzido por Johns, numa estória que pecou por apresentar uma acção um pouco confusa e que não esclareceu muito bem as intenções do espectro laranja nesta saga. Que eles são insaciáveis já sabemos, mas o que virá a seguir é tudo menos previsível. Só sabemos que foram chatear os Lanternas Azuis (por capricho) numa atitude cheia de cinismo por parte dos Guardiões de Oa... Um ponto positivo para este Agent Orange. Já o ponto negativo vai para a arte! Meu Deus que estás por aí algures, como é possível algo tão mau ser publicado? Como é possível o Green Lantern ver o seu braço ser arrancado numa página e tê-lo magicamente de volta na página seguinte? Acho que há graves problemas na mente deste senhor Philip Tan e não só a nível anatómico (personagens horrivelmente desenhadas a cada página é dose). O storytelling é péssimo, fraquíssimo e falha ao transmitir as ideias que são essenciais à compreensão da estória que o leitor tem em mãos. Espero nunca mais ter de comprar alguma coisa com a arte do homem cujo nome nunca mais pronunciarei.
Já as estórias extras que foram incluídas nesta compilação podem também elas ser apelidadas de penosas. Só se aproveitou um extra de cerca de 10 páginas em que nos são mostrados os novos Corps que surgiram, acompanhados com explicações bastante elucidativas sobre as origens, poderes e motivações dos mesmos. Espero que Blackest Night não seja pior que isto, aliás não pode mesmo. Seria muito difícil superar este volume em termos de pobreza estética e falta de objectivos na narração.

3 comentários:

  1. Épá!?
    Eu mandei um comentário hoje!
    >(

    Bolas... não me vou repetir! Vou só dizer que este embora não seja dos melhores, é um livro necessário para algumas coisas fazerem sentido em Blackest Night.

    Abraço


    (Eu fiz um comentário bem mais detalhado que este...)

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  2. Epá, às vezes isso também me acontece Bongop :\ Mas não faz mal.

    Sim, concordo com o teu curto comentário :P Como prelúdio é competente, mas como estória não se encaixa nos padrões de qualidade do Geoff.

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  3. agora Hall Jordan e os Lanternas vão ter que enfrentar o Guloso Agente Laranja!!isso é sacanagem!! esse Laranjão esfomeado pode devorar até a "lanternagem" do sol!!!Marcos Punch.

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