06 agosto 2011

Blackest Night

Blackest Night, por Geoff Johns e Ivan Reis
Argumento: Geoff Johns
Arte: Ivan Reis

Desde há uns tempos para cá que o mercado tem andado saturado com os já irritante hiper-mega-super-potentíssimos-estonteantes-eventos, uma fórmula mágica normalmente utilizada na época do Verão (altura onde o tempo livre nos leva a fazer coisas que, normalmente, não faríamos noutras estações) que as editoras norte-americanas, nomeadamente a Marvel e DC Comics, encontraram para ganhar uns dólares a mais. Isto tudo às custas da horda de zombies que quase toda a base de fãs de comics representa: qualquer que seja a saga, por pior que tenha sido o seu marketing ou build-up, há que dar uma oportunidade e comprá-la pois pode estar ali a história do século. É claro que essa probabilidade, por mais pequena que seja, existirá sempre. Mas regra geral, quando se espreme um mega-evento o sumo é muito pouco. Falha sempre qualquer coisa. Ou é demasiado extenso, ou tem uma arte foleira que teve de ser completada por outro artista, ou então a qualidade da história em si simplesmente não vale a ponta de um chaveiro.

Mas a verdade é que há sempre um excepção. Blackest Night entra, com distinção, nesse lote de excepções porque, essencialmente, é uma história com um grau elevado de coolness. Muitos comics têm falhado ultimamente porque erram ao tentar encontrar um certo equilíbrio entre a descontracção que os Super-Heróis proporcionam ao leitor e a seriedade que pode ser imputada às páginas deste tipo de ficção, erradamente assumida como algo que só pertence ao imaginário infantil/ adolescente.

Primeiro, cuidado com potenciais !SPOILERS! Há por aqui um perigo latente quanto à libertação de informações cruciais acerca de Blackest Night.

Ora bem, Blackest Night (BN) não é uma história especificamente centrada na mitologia dos Lanternas Verdes. É verdade que se trata do culminar de todo um cenário montado nas páginas desse título, mas há uma panóplia de acontecimentos aparentemente desconectados que se juntam à festa e ajudam a partir mais uns quantos pratos. Apesar de acompanharmos a jornada dos Green Lantern Corps em direcção às destruição das ideias fulminantes de Black Hand e os recentemente formados Black Lantern Corps, somos também presenteados com a adaptação de Barry Allen a um mundo que já não é o mesmo desde a sua morte em 1985, algo que achei extremamente encantador vindo da parte de Geoff Johns e também de Ivan Reis. Ivan desenhou uma fantástica splash-page que mostrava imagens de todos os amigos de Barry que haviam morrido desde o seu desaparecimento, através de uma brilhante criação virtual do anel de Hal Jordan. Barry, que já havia regressado nas páginas de Final Crisis de Grant Morrison, assume aqui um papel preponderante no desenrolar de BN, não fosse esta a perfeita rampa de lançamento para um regresso em grande da personagem. Além do mais, ainda vemos um breve regresso de Bruce Wayne após a sua longa estadia no mundo dos mortos, um regresso que serviria também ele como forma de lançar uma nova storyline do morcego.
O que é certo é que o grande destaque desta saga acaba por ser o surgimento dos White Lanterns, um grupo de heróis que ressuscitaram aparentemente do nada e que basicamente vieram salvar o mundo de uma encruzilhada que claramente estava morta à nascença (tal e qual os utilizadores dos próprios anéis negros). No que é que isto resulta? Numa nova série! Pois é, a explicação do surgimento destes heróis é deixada no escuro de propósito para que os fiéis seguidores se lancem desesperadamente numa busca pela sensação do momento: a maxi-série Brightest Day. Tenho lido algumas críticas a este evento e o que é facto é que há um consenso bastante positivo no que toca à sua qualidade, o que não deixa de ser caricato visto que o arco que mais furor tem feito é aquele tem o Aquaman como personagem principal... Não deixa de ser curioso. O rapaz que fala com golfinhos volta a ser destaque no mundo da cultura pop.
Como tal, estou com pensamentos positivos em relação a Brightest Day e daqui a uns dias devo pegar nele para ver no que dá. No entanto não posso deixar de criticar este enredo que já se está a arrastar há uma data de anos e começa a ser algo cansativo. De facto, isso levou-me a tomar a decisão de parar de seguir o Green Lantern aquando do lançamento do terceiro Hardcover da série Brightest Day. Estou certo que a qualidade das novas histórias do Lanterna que vêm aí não será pior do que aquilo que tenho andado a ler durante este tempo todo, mas julgo que já é altura de seguir em frente e ler novas coisas que andam por aí. O ponto negativo deste Blackest Night acaba mesmo por ser esse detalhe, a longevidade desta storyline que parece não ver o seu fim, além do número exagerado de tie-ins que lhe estão ligados. Tal não afectou o prazer que tive em ler este livro, mas é algo a ter em conta. Geoff Johns continua em alta e ninguém o pode parar na sua cruzada cósmica pelas páginas do Lanterna.

Nota: 4.5/5

3 comentários:

  1. Celtic, os títulos Lanterna Verde vão descolar a seguir a Brightest Day, aliás, os Green Lantern Corps já nem tiveram tie-in Btightest Day.
    A vida segue para novas aventuras nestes títulos, que são dos poucos que não vão ser sujeitos a reset no final deste mês.
    Além disso penso que Brightest Day termina no volume 3, mas não tenho a certeza!
    Mas tenho a certeza de uma coisa, as estórias respeitantes a Aquaman e Hawkman são muito boas! Só por elas já vale a compra destes livros! E é a prova que desde que se tenham ideias qualquer personagem pode ascender ao sucesso!

    Abraço

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  2. Pois, mas mesmo que não termine no vol.3 eu próprio pararei por aí :b Isto já se está a arrastar por muito tempo e os spoilers que tenho lido não me puxaram muito. Gostava que o Geoff desse a uma conclusão a isto tudo, mas estou a ver que ainda faltam uns quantos anos para que isso aconteça :D

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  3. Acho que deverão sair quatro volumes, pois a série estava prevista papa um ano. Se em Setembro sai o 3, lá para Fevereiro sairia outro!
    (Isto sou eu a conjecturar...)
    :D

    Abraço

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