09 maio 2007

Spider Man 3 (ou o melhor filme do ano) - Por Celtic-Warrior

O fim de uma trilogia que fez a delícia dos fãs do Amigão da Vizinhança e que pode vir a ser considerada um marco na história das adaptações de personagens de BD ao cinema. Desde o instante em que vimos o primeiro filme do Aranha no filme que sentimos que da cabeça de Sam Raimi só podia sair boa coisa e a prova disso foi a excelente escolha do elenco, desde o talentoso Tobey Maguire, que é a cara chapada do Peter, à elegante Kirsten Dunst, que naquela altura não passava de uma jovem rapariga de 17 anos. Raimi não só nos convenceu com as suas escolhas acertadas no “plantel” desta adaptação, como também nos mostrou como a sua excelente equipa pôde produzir cenários e efeitos especiais completamente fantásticos, aliados a um argumento poderoso, mas nunca genial, que convencia até a mais banal pessoa que não possuísse quaisquer conhecimentos a nível de BD.
Tanto o primeiro filme como segundo, foram apreciados pela sua simplicidade e ao mesmo tempo objectividade, sempre com personagens bem definidas e com traços característicos que faziam jus às suas personagens originais, na sua maioria criadas pelo Deus Stan Lee. Um Peter Parker focado era o que se via nos primeiros filmes, onde os seus dilemas pessoais eram a principal atracção, mas agora, assiste-se a uma globalização no que toca à importância que se dá a todas as personagens da trama. Esta trilogia passa por uma evolução constante, que não pára!

Deixando a introdução de lado, vamos ao que interessa. Spider Man 3 é muito, mas muito diferente de todos os filmes da trilogia. Continuamos a ver um Peter ingénuo e tosco, com um sentido de humor de partir os ossos a alguém, mas agora ele vive obcecado pela fama que o Homem Aranha tem na cidade e deixa o seu lado dramático e os seus dilemas um pouco de lado, e é isso que se torna um ponto de viragem em todo o filme. E por ser o mais diferente, é precisamente o melhor de toda a trilogia, apesar de muita malta discordar. Todo o filme é eléctrico do início ao fim.
No início somos presenteados com um resumo fotográfico de tudo o que se passou ao longo dos filmes do Aranha, com um efeito muito bem sacado que fica excelente na tela do cinema. Depois encontramos mais uma vez o carismático Peter Parker, até já estava com saudades do rapaz, tanta trapalhice que ele faz é hilariante, da qual só ele é capaz. A premissa deste filme é muito simples. A relação entre Mary Jane e Peter começa a ser afectada a partir do momento em que o Homem Aranha passa a ter mais reconhecimento que a jovem actriz, que recentemente arranjou o seu lugar no Hall da Fama da Brodway, mas que cedo o perde por inexperiência vocal. Começa a notar-se um certo ciúme de MJ para com Peter. Tudo isto prometia uma separação rápida dos dois, e aqui, apesar da MJ interpretar o papel mais cliché de toda a série, é onde Dunst se esmera mais. Um início romântico a que ela nos habituou, rapidamente se tornou em algo mais dramático, bem interpretado, mas ao mesmo tempo um bocado previsível. Foi isto que não gostei no filme, e talvez o único grande defeito a apontar. Aproveito e refiro já a participação de Gwen Stacy na trama, a bela e encantadora Bryce Dallas Howard. Infelizmente a pobre da rapariga não teve lá grande destaque, visto que se ele (o destque) se torna mais físico que eu sei lá o quê (é impossível ficar indiferente à presença dela). Tive pena de ela não ter tido um papel mais elaborado, visto que ela só serviu para fazer uma cena de ciúmes à MJ (numa das melhores cenas do filme pelo seu humor, mas estúpida pelo dramatismo pouco envolvente). Apesar disso, gostei do pouco que ela fez.

Agora passo a falar um pouco dos vilões. Comecemos pelo Homem Areia, Sandman, como quiserem. A origem é um bocado confusa e é um coincidência do pior que pode existir. Já vi que não se pode andar por aí na rua. (Qualquer dia um pássaro faz o que ele de melhor faz, mas na minha cabeça, e lá me torno eu o Homem Pombo). Adorei a forma como ele renasce das areias de uma forma brutal e quase decadente ao mesmo tempo, é que o coitado do homem devia estar em transe quando aquilo lhe aconteceu. O momento alto da origem do, digamos, anti-herói (cof, cof…) é a sua ascensão à superfície onde assistimos a uma transformação que só os excelentes efeitos especiais de toda este trilogia nos podem proporcionar. Flint Marko pode ser um vilão de segunda linha, mas surpreendeu-me e passei a gostar dele, e o Thomas Eden Church não se safou mal.
E o Harry Osborn? O Grandioso James Franco que só tem melhorado desde que se tornou no filho do Duende Verde. Franco apresenta aqui as suas melhores qualidades, e finalmente ele chega onde queríamos, vê-lo a tomar o manto do Duende Verde, o seu imortal pai.
E por fim Venom! A horrorosa criatura que fez a delícia dos fãs, visto que era mesmo esse o papel dele. Eu mal podia esperar por ver o simbiote em acção, pois era já era um sonho que eu tinha há algum tempo, vê-lo em carne e osso (se bem com um pixel atrás…). Topher Grace teve graça enquanto Eddie Brock, porque depois de se tornar no Venom, passou a ser apenas o hóspede. De todo o seu desempenho, gostei principalmente da forma como ele diz ao Capitão Stacy que ele está a namorar com a sua filha (ehehe).

Este filme tem sido bem criticado pelo amontoado de personagens secundárias que não foram devidamente exploradas. Eu cá discordo. Flint Marko torna-se uma personagem bem definida a partir do momento em que conhecemos a sua família e passamos a saber que ele é tão simples quanto Peter e que chegam ser bem parecidos um com o outro. Harry já é da velha guarda. Mais explorado não podia estar, e quando aparece mascarado à Duende, sente-se uma lufada de ar fresco na personagem. No Venom, é que a coisa se complica, mas mesmo assim não exageremos. Tudo bem, ele cai das estrelas e cola-se à lambreta do Peter no instante a seguir, mas eu não quis saber de origens para nada nem isso, até porque já a conhecia. Eu queria era ver os estragos que o simbiote alienígena ia provocar.

E por falar em simbiote tanta vez, dedico agora um parágrafo ao lado-B do Peter, que, seguindo a dica do CESAR, podemos mesmo dizer que ele é o assombroso Darth Peter! O Venom toma conta do uniforme normal do Aranha durante uma noite sem sono algum para o nosso personagem, numa excelente cena de FX’s, surpreendente, e já dizia o CESAR também… sublime! A sensação de ter o fato negro é poderosa e sentimo-nos mais fortes do que alguma vez fomos (eu já passei por isto). É a partir daqui que o Parker dá os braços a uma nova vida, em que o seu estilo se chega a parecer ao de um Emo dos actuais, sem esquecer o rímel e a franjinha descaída para o lado direito. A não esquecer a hilariante cena à la John Travolta, uma dança no meio da rua com direito a brilharete entre as miúdas que por ali passavam. Sem dúvida uma das melhores cenas do filme, Tobey Maguire não a podia ter feito melhor.

Gwen Stacy, ou melhor Bryce Dallas, foi quem mais me surpreendeu. A menina de Lady in The Water ou A Vila, conseguiu dar mais ênfase ao seu curto papel neste filme que eu sei lá o quê. È claro que se fosse eu a atribuir-lhe uma cena mais vistosa, seria com certeza na Ponte de Brooklyn, numa morte dramática à frente dos olhos de Peter. Ou quem sabe, poderiam estar em risco tanto MJ como Gwen, com o Goblin a perguntar ao Aranha qual das duas queria que fosse salva, mas talvez estaria a alterar um pouco a história pela qual o Aranhiço passou há uns bons anos. Mesmo seria dramático até dizer chega! Parabéns à Bryce, que esteve na cena mais despropositada do filme, talvez porque tenha passado por burra… Mas ao mesmo tempo teve a sua graça.

E acho que foi isto. O filme não podia ter sido melhor, mesmo 5*! Desde a minha infância que acompanho este rapaz, e não podia estar mais orgulhoso desta trilogia, fez-me reflectir sobre todos os anos de história do Aranha. Para aqueles que não gostaram por causa do emaranhado de personagens, peço que vão ver o filme outra vez. Essa inconsistência no argumento de que tanto falam não é assim tão verdadeira, até porque aposto que saíram com um grande sorriso da sala, tão monumental que o filme tinha sido… Quando fui ver o filme na Sexta-Feira com a sala cheia de pessoal cá de Setúbal até fiquei com dúvidas existenciais sobre a cidade onde vivia. E desculpem a demora disto, mas é que a minha lentidão chega a ser precisa quando se trata destas reviews.

So long my friends (um dia irei rever esta pérola do cinema dos super-heróis).


Nota: 9/10!!

5 comentários:

  1. deixei o cinema à beira de um ataque de choro complusivo. o filme é tao incrivelmente fraco, e considerando o material (os euros e drama da historia) até conseguia melhor. mataram ali a minha parte favorita do spidey, a passagem para o lado negro da força. o venon.. o Flint... sou fã do aranha (Bd e d.animado) mas este 3º filme. por favor que seja apenas um mau sonho.. snif snif..

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  2. A Bryce Dallas Howard é LINDA, o JJ Jameson e o Bruce Campbell sempre excelentes, mas o filme em si eu não gostei.
    Existem cenas bastante boas,são é pouquíssimas. O filme perde-se querendo demonstrar muita coisa acaba por não demonstrar nenhuma bem, pelo menos para mim, mas aparte isso eu nunca fui fã dos filmes do aranha, o Tobey não encarna um Aranha que eu gosto e aquela cena em que ele anda na rua a armar-se é horrível.
    Mas gostos são gostos.

    Abraço

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  3. Pensarcusta (pois custa), talvez o meu fanatismo pelo Aranha tenha influenciado o meu julgamento, mas não retiro nada do que digo. Este filme é o melhor da trilogia ^_^

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  4. o filme foi sensacional!!
    adorei todas as cenas, adorei o facto de peter demonstrar o lado negro...
    apenas acho que podia ter havido um pouco mais cenas emocionantes, como a cena do spider man 2 em que MJ ve que o homen aranha e peter parker.

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  5. é bom mas dai ate ser o melhor do ano...dasss

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