09 julho 2008

Ultimate Spider-Man #118-122

Argumento: Brian Michael Bendis/ Desenho: Stuart Immonen
Depois de uma metamorfose muito mal recebida pelos fãs de Peter Parker no título principal da personagem, algum dos outros dois títulos que não chegaram a receber tal tratamento iria servir de refúgio àqueles que mais temiam a nova fase de Peter (tal como eu, mas que mesmo assim ainda a lêem). Não me acusem de falsos moralismos, mas é que tenho uma força interior que me faz seguir esta personagem independentemente da história contada ser a pior do mercado. Pois bem, decidi também utilizar este refúgio há uns dias numa das minhas últimas compras. Estava a achar que precisava de ler um Homem-Aranha original, mas bem escrito (ao contrário do que se passa em Amazing Spider-Man). É claro que esta série acaba por ter os mesmo moldes da sua congénere, mas aqui verifica-se que o argumento é escrito por quem sabe, e como diz o outro "quem sabe, sabe". Em Ultimate Spider-Man, Bendis consegue fazer com que todo o universo do Aranha volte a fazer sentido e fá-lo de forma surpreendente, pois o próprio Peter acaba por se tornar uma personagem secundária no meio dos seus colegas de escola (sim, felizmente ele aqui ainda se dedica ao estudo). E foi esse o pormenor que mais me tocou quando voltei a ler esta série, passados uns bons tempos (já não lia isto há cerca de um ano), Bendis consegue fazer de USM uma espécie de comédia adolescente, mas não daquelas descartáveis, em que todas as personagens contam e não há apenas um foco, com diálogos inteligentes, cheios de referências, boas velhas piadas, caracterizações que até são capazes de fazer os seus colegas de trabalho cederem a um dos 7 pecados mortais.
Nas primeiras três edições, Bendis ressuscita uma das mais antigas séries de TV do Aranhiço, uma que respondia pelo nome de "Spider-Man and his Amazing Friends", introduzindo a mais recente mutante no plantel dos Ultimate X-Men, Liz Allen, ainda à espera de nome de código (possivelmente Firestar). Basicamente, o seu poder é baseado num dos seus amigos, o Tocha Humana que ultimamente se tem relacionado de uma forma muito próxima com os protagonistas da série, sendo mesmo acusado de "infectar" a sua amiga, de alguma forma. O vilão também não poderia faltar neste arco, sendo que é Magneto quem dá a cara em busca de um reforço para a sua Irmandade Mutante, onde a escolhida é óbvia. Nas edições seguintes, Bendis tenta apaziguar um pouco a acção e dar um pequeno descanso ao nosso herói, se bem que de uma forma algo estafante (ironia...). Peter cruza-se com dois vilões lado-B que mais uma vez fazem das suas e estragam um pouco mais a vida, já de si, nada fácil do protagonista. É aqui que também são deixadas pequenas pistas para uma nova organização que proximamente irá surgir na série (suspeito que o Venom que irá aparecer tem ligações com esta empresa). O desenhador desta série é um pequeno génio do desenho, que consegue produzir cena de acção tão enérgicas e emocionantes com um estilo muito solto e simples. Creio que este homem supera e muito o antigo desenhador desta série, Mark Bagley, que pecava por desenhar as suas personagens sempre nos mesmos moldes, o que na minha opinião era deveras cansativo. O Immonen é uma grande aquisição e espero que fique neste título por muito tempo, pelo menos enquanto eu o acompanhar.
Entretenimento e uma lufada de ar fresco mensal.
Nota: 8.5

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