02 julho 2007

Crise Infinita #1


Infinite Crisis #1
Argumento: Geoff Johns

Desenho: Phil Jimenez


Talvez a Panini comece da pior forma a publicação de comics da DC em Portugal, visto que para aqueles que raramente pegam numa revista da DC, começar a ler logo a mini-série de um mega-evento pode tornar-se algo complicado.
A mini Crise Infinita tem uma equipa de luxo. Geoff Johns, por um lado, escreve tudo o que um bom velho nerd quer ler, e por outro lado temos Phil Jimenez, um George Pérez moderno que consegue fazer desta Crise uma leitura muito agradável. Qual é o problema? O problema é que estou à deriva num mar DCnauta e ainda por cima com pouca orientação. Poucas eram as coisas que me lembrava que tinham acontecido antes da Crise o que mesmo assim não me serviu de muito. O que faltava mesmo era a Contagem Regressiva para a Crise. Isso sim é que seria algo de valor, porque parece que não sou o único a navegar por terras desconhecidas. Mas para ficar sem quaisquer dúvidas, usei o poder de um milhão de sóis ardentes da grande Wikipedia! Como sempre não fiquei decepcionado.
Falando um pouco sobre o que aconteceu nesta edição, tudo começa com uma pequena conversa entre os três grandes da editora, a Trindade toda ela reunida - Superman, Mulher Maravilha e Batman. A conversa passa-se nos destroços da sede lunar da JLA e parece que lentamente as coisas se vão animando com um diálogo sobre o facto da Maravilha ter morto Maxwell Lord e no que ela se está a tornar. Depois é que as coisas complicam. Muito do que acontece na revista começa a ser muito "automático" e as cenas aparecem do nada. Vejamos: de um momento para o outro aparecem os Titãs, sem nenhuma razão aparente. De seguida somos presenteados por um OMAC em fúria que mata barbaramente uma pessoa depois dela o ter agredido. O Asa Nocturna reaparece então para se ver inserido numa enchente de OMACs do tamanho do público do Sporting-Benfica e rapidamente tudo desaparece (tal e qual um Sporting-Benfica). Na página seguinte já estamos no meio de uma batalha intergalática (parece-me algo como Rann-Thanagar War) onde obviamente os protagonistas são os Lanternas e Adam Strange com a sua 'crew' espacial. Mais um virar de página e tudo muda. Do nada o Capitão Marvel é projectado do céu e espeta-se num carro murmurando que "O Espectro... matou o mago"... Meu amigo, quem é o mago?
Ainda virando a página somos logo catapultados para outra dimensão (praticamente). O Tio Sam e a sua equipa de heróis classe-B, mas com muito estilo, parece estar à procura de uma boa diversão e, outra vez, do NADA (!) os nossos caros amigos abrem uma porta e aprecem-lhes à frente Sinestro, Adão Negro, Bizarro e mais uma mão cheia de vilões a sério! Mas de onde vieram? Como se juntaram? É este o tipo de pergunta que fica no ar. Mais uma vez nota-se o quão má foi a decisão da Panini em não lançar por cá a Contagem Regressiva para a Crise aqui em Portugal. Esta batalha acaba algumas páginas depois com algumas tragédias que fazem parte da melhor parte de pancadaria desta edição. Nem se perdeu tudo.
Entretanto, Johns vai dividindo a acção do Tio Sam com a aparição de Mongul nos destroços da base da Liga da Justiça na Lua. O pobre alienígena é rapidamente posto fora de cena, pois se formos bem a ver a intenção de Johns com este confronto, era a de uma breve reflexão sobre o comportamento actual de Diana, que se mostra um pouco agressivo demais.
As páginas finais desta edição acabam com o fim da discussão entre a Trindade, e mais uma vez Bruce Wayne sabe como pôr o dedo na ferida, de maneira subtil e eficaz. Mas Johns não se fica por aqui. O ponto alto do primeiro número de Crise Infinita é precisamente a última página onde se vê que o Superman da Terra-Dois, Kal-L, esteve desde a primeira página a observar os nossos heróis e a narrar os acontecimentos. Junto com ele estavam o Superboy Prime, Alexander Luthor II da Terra-Três e Lois Lane. Todos eles presos numa realidade alternativa onde tinham estado desde o fim da Crisis on Infinite Earths. Fim.

É uma pena não termos acesso às edições anteriores à Crise que a Panini publicou, porque se tivéssemos já era uma boa ajudinha para compreender melhor a história, apesar de não totalmente, visto que ainda estou a entrar lentamente no Universo DC. É claro, posso sempre comprar os originais, mas não é coisa que me veja a fazer.
A história em si, observando-a como mini-série fechada (que não o é), é um emaranhado de cenas disconexas que juntas me deixam ainda mais confuso e sem saber o dizer ou pensar. Johns teve sete edições para mostrar o que valia, mas nota-se bem o quão apertado ele estava. O problema é que a culpa nem é dele, porque uma série desta assim exige que história seja contada desta forma, porque se queres saber mais, terás de comprar tie-ins e contagem regressiva e o catano. Veja-se o caso de Civil War, quase o mesmo. Johns é um excelente argumentista. Ele maneja muito bem as personagens que tem à sua disposição e conhece-as bem ao ponto de as usar como quer e bem entende, só que isso não lhe vale muito quando apenas tem cerca de 50 páginas para introduzir um tema. Vejamos como a plot se desenvolve ao longo das próximas edições, pois as minhas expectativas ainda estão bem altas. Jimenez é aquela base. O homem percebe disto, se bem que de vez em quando ainda desenha coisas bem estranhas por aí.

A seguir falaremos dos Novos e Grandes Vingadores! Até lá teremos mais notícias.

6 comentários:

  1. "É uma pena não termos acesso às edições anteriores à Crise que a Panini publicou, porque se tivéssemos já era uma boa ajudinha para compreender melhor a história, apesar de não totalmente, visto que ainda estou a entrar lentamente no Universo DC. É claro, posso sempre comprar os originais, mas não é coisa que me veja a fazer."


    Eu avisei,lolo,mais valia comecarem pelo tpb de crise de identidade que deve sair em breve,no Brasil.

    Abraços
    Grimlock

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  2. Pois o Universo DC é uma grande confusão para quem não está familiarizado. E dá jeito ler op Crisis on infinite earth para perceber melhor, quem é o Kal-L etc etc.

    Eu já li a saga, tem os seus momentos, mas não sou grande fã das sagas de crise da DC, não lhes acho muita piada. No entanto em todas acontece algo importante, na Crisis on infinite earth por exemplo o Flash (Barry Allen) morre entre outras coisas. Nesta não te vou estragar tá descansado :P

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  3. Eu estou a gostar cada vez mais do universo DC já que a Marvel me está a cansar profundamente! Quesada... o meu inimigo número 1!

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  4. Onde a DC bate a Marvel aos pontos é com a Vertigo, a Marvel não tem o calibre desta editora.

    Se compararmos única e exclusivamente os universos de super heróis, antes a Marvel era mais coerente, mais adulta até, falando de uma forma geral porque a DC sempre teve o melhor herói e mais adulto também, falo de Batman obviamente.
    Mas a DC tinha muita treta, Capitão Boomerang, a fraqueza do Green Lantern à madeira (Alan Scott) ou à cor amarela (Hal Jordan) eram rídiculas, felizmente isso tudo tem evoluido e melhorado e actualmente o Universo DC anda muito apelativo. Já a Marvel anda a aparvalhar com um wolverine imortal entre outros excessos desnecessários.

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  5. uma boa saga!pena que a DC mexe tanto com a vida de seus heróis e confude tudo de forma alarmante!!MarcosmPunch.

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