16 abril 2006

Entrevista a Daniel Maia

Aqui está a 3ª entrevista feita em exclusivo para a ÁreaBD! Desta vez a vítima foi o Daniel Maia. Esta entrevista já tinha sido feita há uns quantos meses, mas por motivos de adiamento da inauguração da nova editora do Daniel, só agora pôde ser colocado no ar.
Daniel é Maia nasceu em 1978, em Lisboa, e estudou arte na Fundação Gulbenkian em 1996. Ainda antes, em 1995 tinha ganho o 3º Prémio para Melhor Artista Revelação no FIBDA. Na sua carreira já colobarou com várias editoras como a Wildstorm, Boom! Studios, Platinium Studios, Devir e Vitamina BD.
Também é agora que se prepara para estrear a sua nova Editora, a Arga Warga, no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

ÁreaBD!- Como surgiu o teu interesse pela BD?
DM: No útero onde fiquei alojado durante os nove meses de gestação não havia realmente muito com o que ocupar o tempo. Fazer piscinas em líquido amniótico o dia todo, e pouco mais. Por sorte, o hóspede anterior tinha deixado lá ficar algumas revistas a um canto, por sinal de histórias aos quadradinhos, com as quais me entreti. Pode-se dizer portanto, que este interesse pela BD já nasceu comigo... ;>


ÁreaBD!- E com que idade despertou o teu interesse pelo desenho?

DM: Muito sinceramente, não tenho uma resposta definitiva para isso porque, desde que me lembro, desenho. Dizem-me que aos dois, três anos já fazia rabiscos figurativos com a anatomia nos sítios certos, mas eu só tenho algumas memórias de muito cedo, quando já mexia em revistas do Hulk e outras; na altura os livrinhos de BD deviam ficar mais em conta que álbuns infantis, e acho que foi isso que deve ter selado a minha sina.

ÁreaBD!- Desde sempre que pensaste em seguir a carreira de desenhador?
DM: Bem, eu na realidade acho que ainda não me decidi, de facto, a seguir a carreira de desenhador. Caso contrário, já teria aproveitado as várias oportunidades que me têm caído no colo ao longo dos anos. E isto antes mesmo de me ter associado à agência Arts & Comics International! Se me tivesse decidido por seguir carreira nisto então talvez já estaria bem lançado por esta altura...

Acho que o desenho, sendo algo que esteve presente desde que era pequeno e sendo uma parte indissociável de mim não está, como tal, verdadeiramente á mercê de uma escolha. É a “cruz” que carrego...!

No entanto, lembro-me de certa vez – vá-se lá saber porquê – ter decidido deixar a BD de lado. Se calhar estava a testar-me a mim mesmo, mas sei que parei por completo de desenhar e de comprar ou ler BD. E foram os piores seis (…penso) meses da minha vida – pareceram 6 anos!

ÁreaBD!- Como começou a tua carreira?
DM: Começou em 1993, quando colaborei no jornal produzido no meu liceu, com um suplemento de BD. A tiragem era apreciável, o pagamento apenas simbólico e os trabalhos que fiz um desastre, mas foi um começo... Deu para perceber como se funcionava a nível de bastidores e também serviu para ganhar alguma notoriedade; e não me refiro aos desenhos, mas ao facto de ter feito histórias interventivas sobre a administração do liceu. Deixo à vossa imaginação as consequências da ousadia…

Por essa altura comecei também a ser procurado pela câmara municipal para lhes fazer trabalhos gráficos, fazendo simultaneamente de ilustrador e preparador de offset (isto, antes do advento da impressão digital). E de resto, no meio profissionalizado da banda desenhada, estritamente falando, tudo começou dois anos mais tarde quando ganhei um concurso de BD na revista Crash! Supostamente ia ser publicada uma história minha no #3 desta, mas a revista foi descontinuada a partir do #2.

ÁreaBD!- Já agora, houve algum autor em especial que te serviu de inspiração para as tuas primeiras criações?
DM: Bem, eu sempre tive alguma versatilidade em termos de traço, e sempre fui muito “esponja” no que toca a absorver estilos de outros autores. É uma fase natural na criação de uma linguagem gráfica, mas muito acentuada em mim dado muitas vezes o fazer sem me aperceber. E, visto os meus gostos estéticos serem muito diversificados, fui sempre saltando de registo em registo (com resultados variáveis), pelo que não consigo apontar uma referência em especial. As minhas inspirações foram sempre muito cíclicas.

Mas sempre gostei em particular da “escola” de estilo do Kevin Nowlan e afins. Esse é talvez o autor que posso citar como sendo a minha inspiração mais constante, e aquela que mais revejo nos meus trabalhos.

ÁreaBD!- Qual foi o teu primeiro trabalho em conjunto com uma editora?
DM: Em relação ao mercado norte-americano? Já tive convites que, por razões várias, não deram em nada, pelo que a primeira colaboração foi – e continua a ser – o Guilty, com o Steven Grant. É um álbum extenso, que sofreu um retrocesso quando a primeira fornada de pranchas foi roubada, mas fora isso tem sido formidável o contacto com o Steven. Ele tem uma inteligência acima da média e é alguém que procura projectos fora da norma, com subtextos. Quando troco ideias com ele, sinto-me um padawan junto de um mestre Jedi ;)

Também tive a oportunidade de colaborar com o Mark Waid no ano passado, numa BD para a antologia Zombie Tales. A ocasião apareceu porque o desenhador original tinha desertado, forçando-me a pegar no trabalho a uma semana do deadline(!). Ainda terminei a maioria das páginas mas entretanto um outro autor entregou primeiro. A forma de trabalhar do Mark é muito descomprometida e informal, e até com algum sentido de humor na maneira como comunica contigo nos guiões. O sotaque dele é do mais americanóide possível!

Cheguei também a ter contacto com outros argumentistas, do Garth Ennis ao próprio Jim Lee, e estive também, por mais do que uma vez, para trabalhar indirectamente com o Alan Moore; e ainda estou, num dos trabalhos que “sobreviveram”. Como já não é segredo para ninguém, o homem é descritivo que se farta.

ÁreaBD!- Passando agora aos teus gostos pessoais, qual é a tua personagem de BD preferida?
DM: Não acho que seja tanto o personagem, mas mais o que se faz com ele que me atrai. Pessoalmente, há já alguns anos que dou por mim a seguir mais projectos ou certos autores do que necessariamente personagens; em especial projectos bem escritos, visto que não sinto necessidade de me manter a par dos trabalhos dos desenhadores para aperfeiçoar o meu próprio. Nisto, provavelmente por ser alvo das melhores abordagens, e pela mão de diversos dos melhores profissionais no negócio, talvez o Batman seja um preferido. Mas existem outros de que sempre gostei, e vão do Flash Gordon ao Daredevil e Punisher, etc.

ÁreaBD!- E quais são os teus artistas predilectos?
DM: Pois... Tendo em mente aquela questão da “esponja” de há pouco, é-me difícil apontar alguém em especial porque quase todos já me foram, numa altura ou outra, preferidos. Sou um bocado purista, pelo que prezo principalmente bons desenhadores de preto-e-branco. Talvez por isso Kevin Nowlan e Mike Mignola sejam definitivos, Sérgio Toppi e Battaglia também, muitos dos mestres argentinos, mas também artistas da nova tendência “widescreen” como Brian Hitch, não esquecendo o Ivan Reis (com a excelente arte-final do grande Marcelo Campos) com quem tenho a honra de partilhar agência. E há muitos mais que podia citar...

ÁreaBD!- Os comics são mesmo o teu género preferido?

DM: Não necessariamente. Felizmente sou muito variado nas minhas leituras, e tenho sempre um livro em prosa na mesa-de-cabeceira. Antes de mais, adquiro demasiado para o pouco tempo que tenho para ler, e depois, as compras mensais podem ir do comic mais popular do momento aos mais alternativos álbuns independentes. É importante alargarmos o nosso espectro de leitura e horizontes, e não nos centrarmos num só sector do que está disponível. Só tenho pouca paciência para Mangá, dos quais me comecei a afastar precisamente na altura em que começaram a entrar na moda, há alguns anos. Hoje em dia leio só uma obra ou outra, pontualmente.

ÁreaBD!- É neste momento que tencionas criar uma editora. Pão-de-Law será o primeiro projecto?
DM: Por “default”, sim. Na realidade, as minhas intenções para a editora passam por novelas gráficas, ou álbuns se quiserem, bem longe do género super-heróico em que a ´Pão se insere. Mas vou começar por ela porque é algo que está na lista de afazeres há algum tempo e é um tipo de material que actualmente me dá gozo desenhar. Pareceu-me mais razoável começar por algo já desenvolvido e que aliás tinha prometido concluir.

ÁreaBD!- Quando é que poderemos ver a revista nas bancas?
DM: Nas bancas, nunca. Em livrarias especializadas, só lá para Maio, dependendo de haverem ou não muitas sobras após o lançamento em Abril (no 2º Festival Internacional de BD/ Beja).

Falo em sobras porque a revista pretende ser um género de preview para o primeiro álbum da heroína, pelo que vai ser produzida essencialmente como uma edição comemorativa. Vai ter uma tiragem limitada e numerada, e portanto talvez até nem faça muito sentido comercializá-la em lojas. Só a vou disponibilizar ao público em geral porque pode haver quem não tenha como ir a Beja para a comprar.

ÁreaBD!- Essencialmente, que tipo de aventuras vamos poder acompanhar?
DM: A Pão-de-Law vai ser o meu escape. É um mundo futurista ao género de Metropolis (de Fritz Lang, não o de Superman) onde, dada a premissa meio alucinada da série, qualquer ideia é válida. Podem acontecer qualquer tipo de histórias, desde situações mais cómicas a aventuras mais complexas, com viagens no tempo-espaço, ou só mega-conflitos de heróis versus vilões. O truque é que tudo isto tem lugar no solo e contexto nacional.

Mas como não tenho o hábito de fazer as coisas sem propósitos, actualmente a minha missão é passar o conceito de que esta heroína desajustada é a única defesa que a metrópole tem, e que por isso a cidade não só está à mercê dos vilões como da própria heroína de serviço. Se conseguir implementar esse status quo, então sim vou ter algo (tanto quanto sei) original com que trabalhar. Depois vou explorar essa situação, havendo espaço para a tradicional história da origem (que há-de ser tudo menos tradicional) enquanto crio os alicerces para um conjunto de BDs de uma visão muito própria ao “mundo dos super-heróis”.

ÁreaBD!- Irás divulgá-la (a editora) de que forma? Através de algum evento especial?
DM: Não por ora. Esta revista vai basicamente ser a proverbial pedra de toque, o instrumento com que vou entrar no sector e procurar sondar e entender as circunstâncias inerentes ao negócio; e isto, sem que tenha de colocar muito capital em risco. È, essencialmente, um teste ao piso, antes de me fazer à pista, passo a expressão. Não é a forma mais clamorosa de começar um projecto que quero de fasquia alta, mas nem o mercado nem as bolsas estão para saltos no escuro... Portanto, respondendo à pergunta, de momento não tenho nada de especial planeado para a estreia da editora, à excepção da edição desta revista e do seu anuncio oficial. Mas quando o 1º volume for lançado, então sim vou pensar num evento mais cerimonial para a ocasião.

ÁreaBD!- Futuramente, a tua editora irá disponibilizar mais títulos?
DM: Já tenho pensados quais poderão ser os próximos seis. Vai levar algum tempo até conseguir pô-los a todos cá fora, dado a cadência de edições ser ao ritmo de uma por ano – e isso admitindo que há possibilidades de manter a editora – mas se Budha quiser, hei-de ir paulatinamente concluindo um projecto atrás do outro.

Os volumes da Cavalinho Atómico, a divisão de registo super-heróico da editora, irão ser preenchidos totalmente pela Pão-de-Law por ora, o que não significa que não possa lá mais para a frente fazer um álbum dentro desse género que nada tenha a ver com o universo dela. Já o catálogo principal vai rondar temas de horror vitoriano e de ficção-científica. De momento já consegui autorização para adaptar duas das minhas obras preferidas nessas matérias (em ambos os casos, clássicas).

ÁreaBD!- Vais continuar a colaborar noutros projectos sem serem os teus?
DM: Sim, claro. A Arga Warga é um investimento privado, para ser levado paralelamente a todos os outros projectos que tenho em mãos. Mas há muito mais no prelo que não só os projectos da editora. Por exemplo, neste momento lancei uma iniciativa que queria fazer há algum tempo, o projecto All*Girlz, que irá provavelmente ter algum parceiro na sua produção, e enquanto editor, estou filiado no projecto da revista Blazt, para a qual vou promover e coordenar a produção de conteúdos através da minha editora. Tudo isto vai ao encontro do meu interesse em puxar pela introdução de novos talentos no panorama nacional.

E depois, gosto de poder colaborar em antologias sempre que tenho oportunidade e tenho compromissos assumidos junto de editoras norte-americanas também. Este último, mais que qualquer outro, é o que vai definir que disponibilidade vou ter para avançar com publicações via Arga Warga.

ÁreaBD!- Por falar no All*Girlz.ine, como é que surgiu a ideia para o criar?
DM: É algo que já vem de trás. Na altura em que participei numa mostra de BD em Almada (Urbe Fiction), em 2004, fiquei agradavelmente surpreendido pela quantidade de novas autoras que participaram nela com boas, ou pelo menos promissoras propostas gráficas e temáticas. Propostas de qualidade que quanto a mim mereciam bastante mais destaque do que estariam a ter.

Quanto mais pensava no assunto mais me ia apercebendo das várias outras autoras que já conhecia no meio e que estavam essencialmente no mesmo patamar das suas evoluções artísticas (ou estéticas, se quisermos) que aquelas outras. Por esta altura também, começaram a fazer-se notar com maior visibilidade os sites especializados portugueses de fãs de Manga, através dos quais se tornava obvio o vasto potencial feminino latente na área.

Atendendo às variadas tendências que estavam a ser tentadas por estas autoras, cuja noção generalizada era de serem parcas consumidoras de BD e uma minoria criativa no sector, achei que poderíamos na realidade estar perante um daqueles momentos mágicos imponderáveis e imprevisíveis que só a espaços se observam nos meios artísticos: O começo (não orquestrado) de todo um Movimento.

Aliás, fosse o nosso mercado mais dinâmico e convidativo, ao invés da velocidade letárgica a que se mexe, e acredito que mais facilmente esta onda seria notada. O All*Girlzine não é mais do que a minha tentativa de auscultar este fenómeno e procurar nutri-lo, visto estarmos seriamente debilitados em suportes que acalentem produções regulares porem curtas, que permitam o exercício dos autores e o contacto dos leitores com estes (como por exemplo ensaiam ser a Sketchbook e a Blazt).
A minha esperança é que este projecto seja o virar da chave e ignição que ponha o motor a funcionar. Para já, a julgar pelo nível de adesão e qualidade dos trabalhos enviados, as perspectivas parecem-me boas!

ÁreaBD!- De que forma estás inserido no projecto Blazt?
DM: Inicialmente fui convidado a agir como promotor de conteúdos da revista, associando ao network de mais indivíduos nas mesmas funções (ie. Ricardo Machado, da Fisga Design, ou Jorge Nesbit da Ar.Co., entre outros…) de que é composto o conselho editorial da revista; no meu caso, por intermédio da minha chancela. Isto basicamente significa que, ao albergue da minha editora, vou estar a instigar e orientar vários novos (ou experimentados) autores que conheço na realização de trabalhos. É algo entusiasmante porque posso facultar meios de publicação a pessoas que, doutro modo, em especial no deficiente mercado que agora temos, dificilmente encontrariam uma plataforma com a exposição e oportunidade de treino que a Blazt oferece. Em termos de evolução autoral, é mais proveitoso produzirem-se histórias curtas que grandes e epopeicos álbuns.

Mas entretanto, estando o #2 praticamente com um pé na rua, optámos por reter a sua edição (e distribuição do #1) para darmos uma grande volta ao projecto que como consequência vai estar ausente do mercado por mais alguns meses, mas que posteriormente irá ter montada a infra-estrutura para ser algo realmente internacional, mensal e duradouro. Vamos apresentar este futuro formato da Blazt no decorrer do FIBDB.

ÁreaBD!- E a tua colaboração na Sketchbook foi apenas passageira?
DM: De todo! Continuo a manter contacto próximo com o estúdio e, por exemplo, ainda recentemente fui convidado a intervir como júri no 5º Concurso de Jovens Talentos que o AJCOI promoveu (junto com o autor João Mascarenhas e Ricardo Cardoso, da livraria Nono Império). Além disso, temos o hábito salutar de nos ajudarmos mutuamente, seja em termos de partilha de conhecimentos ou recursos. Uma das autoras que vai estar em destaque na próxima Sketchbook de Junho foi-lhes recrutada por mim, assim como diversas participantes no All*Girlzine vieram-me recomendadas pelo Diogo Valadas.

Acho que temos alguma sintonia nos objectivos dos nossos contributos à banda desenhada portuguesa, pelo que há um certo espírito de equipa. Sinto-me como que um membro honorário do estúdio;) Em termos da revista em si não há nada planeado, excepto talvez uma eventual capa lá mais para a frente.

ÁreaBD!- Finalmente, o que tencionas fazer a nível artístico no futuro?
DM: …Lembrei-me de uma frase do Woddy Allen em que ele diz, “Não acredito em reencarnação, mas pelo sim pelo não, trago sempre uma muda de roupa”. E eu, como ele, vou precisar usar mais do que uma muda de roupa para conseguir completar tudo o que gostava a nível artístico. Costumo dizer a brincar que tenho trabalho até 2010. Mas o mais trágico nem é isso ser verdade, mas o facto de na realidade ter material para desenvolver até bem mais tarde!...

Em primeiro lugar tenho um formidável agente à espera que me livre de compromissos já assumidos para aceitar algo na indústria USA. Existem alguns convites na mesa junto de uma das ´majors, embora nada de concreto para já. Depois, existe a graphic novel que estou a fazer com Steven Grant, que está de novo bem orientado, estando a ser produzido com o intuito de uma posterior adaptação ao cinema. E fora isto, fora trabalhos para a Arga Warga, existem ainda outras colaborações previstas. Em termos de futuro, há mesmo muito a que dar vazão...

ÁreaBD!- Bem, só nos resta agradecer por seres tão simpático em conceder-nos esta entrevista. Desejamos-te boa sorte e esperamos que tenhas um bom futuro no mundo da BD. Boa sorte.

DM: Obrigado eu. Espero não desapontar.

13 abril 2006

Inumanos

Argumento: Carlos Pacheco e Rafael Marin
Desenho: José Ladronn e Jorge Lucas
Edições Devir/ Marvel

O que à primeira vista parecia ser apenas mais um volume dos 'Clássicos Marvel' da Devir deixou de o ser quando acabei de o ler. Pensava que iria ler uma história chata e cheia de vinhetas, mas estava enganado. Só quando estava mais ou menos a meio do primeiro capítulo é que me apercebi que o desenho de José Ladronn era magnífico e o que argumento também estava muito bem conseguido.
Também aqui, nota muito boa para a Devir já que teve algum trabalho na edição desta BD porque nunca tinha sido editada em TPB nos E.U.A. E à partida este álbum não aprece ter muita aceitação pelo público, pois os Inumanos são heróis um pouco de segunda linha.
Carlos Pacheco também tem aqui um dos seus primeiros trabalhos no que toca a argumento, juntamente com Rafael Marin. Apesar de ser um pouco elaborado demais, até foi uma leitura rápida. Envolvemo-nos rapidamente na história, já que Pacheco cria uma ambiente muito agradável à volta de toda trama dos Inumanos.
José Ladron, depois de trabalhar na série Cable, tem aqui mais um trabalho. Depois de ter desenhado esta série, Ladronn trocou a Marvel pela Comicraft, para ilustrar a série Hip Flask. Uma das características deste desenhador é que o seu traço foge muito dos comics americanos, e é "mais europeu", se é que me entendem. Apesar de não ser muito apreciador do estilo europeu, gostei muito do trabalho que José Ladronn fez neste álbum dos Inumanos.

Muito bom álbum este. Se quiserem passar um bom bocado comprem, até porque a Devir não tem editado muita coisa nestes últimos tempos.

7.5
/10

11 abril 2006

Site de Spider Man 3 já Trabalha!

Já foi lançado aí pelas teias da internet o site oficial do novo filme do Aranha, a estrear a 4 de Maio de 2007 . Podem seguir o link, aqui.
Posso-vos dizer que quando visitam o site ficam a pensar um bocadinho. Porquê? Primeiro, porque mostra logo no início uma animação em Flash, em que aparentemente está chover e alguém está a tirar fotos ao novo uniforme negro do Homem-Aranha. Segundo, alguma coisa está reflectida no olho do seu uniforme. E ainda outra pergunta: quem ou o que será? Ainda não se sabe, mas eu também tirei algumas fotos a essa animação e consegui uma maior aproximação a esse reflexo. Podem vê-las em baixo:Outros extras do site são um Wallpaper e um Screensaver, para o vosso computador. Espero que gostem.

O Fim de Ultimates vol. 2

Afinal Ultimates vol. 2 não irá terminar no número 12. Depois de ter sido anunciado que a edição #12 da série Supremos (em Portugal) iria ter o dobro da páginas, foi tudo desmentido pela Diamond.
O segundo vol. de Ultimates chegará ao número 13 e como tal, a edição #12 apenas terá 32 págs. e o preço de 2,99$.
Quanto ao número 13 nada se sabe, mas sabe-se que será a conclusão do arco Grand Theth América (estou-me a lembrar de um jogo qualquer) e continuará com Mark Millar e Brian Hitch no comando. Pelos vistos este arco envolve todas as personagens deste universo alternativo da Marvel.
Não se esqueçam que já está tudo a postos para que o 3º vol. desta série seja lançado. A nova equipa será Jeph Loeb e Joe madureira.

Um Ano Depois...

É verdade pessoal, o BD Jornal fez no primeiro dia do Festival de Beja, com o lançamento do número #12, um ano de publicação. Depois de Machado Dias anunciar que iriam ser feitas modificações no conteúdo do BD Jornal, resta-nos agora esperar pelo lançamento da segunda série. E pelos vistos teremos muita mais BD nesse novo Jornal e uma mudança de formato (o que talvez seja melhor para quem está a ler).
Quem foi ao Festival Internacional de BD de Beja deste ano pôde acompanhar uma conferência dada por J. Machado Dias, em que o mesmo falou das modificações futuras do Jornal.
Aqui fica um resumo do vocês poderão encontrar no BD Jornal #12, a sair este mês em Portugal:

O número 12 do BDjornal marca uma etapa na vida da publicação – completa-se a 1ª série – onde se perspectiva já a sua evolução a partir daqui.

Esta edição (Abril 2006), tem como destaque de capa o 2º festival Internacional de BD de Beja e até à página 9 é deste evento que se fala: o Programa detalhado do Festival, depois Pedro Cleto escreve sobre Carlos Pacheco (que tem em Beja uma exposição de originais – Arrowsmith, A Guerra da Magia), Nuno Franco fala de Filipe Abranches e Pedro Nora, J.Machado_Dias escreve sobre George Pratt (que acabou por não estar em Beja pessoalmente, ao contrário do que se previu) e sobre Jaime Olivares. João Miguel Lameiras apresenta Lourenço Mutarelli, fala-se de Daniel Maia e de Virgin’s Trip, o livro de Pepedelrey, JCoelho, Rui Lacas e Rui Gamito, que saiu neste primeiro fim-de-semana do festival.

Depois há uma abordagem a V de Vendetta (por J.Machado-Dias) e Moebius e o Cinema (por João Miguel Lameiras).

Mas a parte mais importante do jornal são as duas entrevistas de Nuno Pereira de Sousa, uma com Alex Robinson e outra com Pedro Silva (o editor da Vitamina BD e sócio da BDMania). Esta última entrevista, por ser muito longa, foi condensada no BDjornal, para quatro páginas, saindo na íntegra no novo site BDesenhada.com, que é divulgado na página 23 (numa nova coluna Blogues & Sites).

(...)

Uma nova estória (de 16 páginas) de Ruben Lopez, encerra a fase de destacáveis para a formação do livro ONZE AUTORES NO BDjornal 2005-2006, de que se fala no Editorial.

A propósito das modificações do jornal para o futuro, haverá, durante este mês de Abril, matéria a ser publicada no Kuentro e eventualmente em BDesenhada e Central Comics.

09 abril 2006

A Nova Série de Animação de Fantastic 4

Co-produzida pela Marvel Comics e pela Moonscoop, o Quarteto Fantástico terá uma nova animação série animada. Depois da Marvel ter acordado com a Cartoon Network, canal de televisão infantil, a transmissão da série nesse mesmo canal, já está tudo a andar sobre rodas.
Os efeitos da animação serão em 2D e ao mesmo tempo em 3D e mostrará mais aventuras da Mulher Invisível, do Senhor Fantástico, do Tocha Humana e do Coisa! E é claro que o Doutor Destino não poderia deixar de aparecer.

A meu ver, não gosto muito dos desenhos, principalmente esta imagem que está por baixo. É parecida a um manga e ao mesmo tempo parece ter um traço de super-heróis. Talvez possa entreter os miúdos, mas a mim não.

07 abril 2006

Até Mais Logo Claremont

Para alguns uma notícia um tanto ou quanto boa, para os fãs talvez não. Depois de dar sinais de fraqueza numa conferência em Itália, Chris Claremont irá agora fazer uma pausa, pelo menos até ao fim do ano. Este homem depois de realizar alguns testes, foram-lhe detctados problemas cardíacos. Pudera, metem o desgraçado e trabalhar em 50 títulos ao mesmo tempo, e depois não há rendimento nem qualidade.
Neste momento, Claremont estava a trabalhar em 'Uncanny X-Men' e em 'Excalibur'. Também já estavam programados mais dois títulos em que ele iria participar: Exiles e GeNext.
Por um lado é bom o afastamento de Chris Claremont (vamos lá ver se ele areja as ideias), mas por outro, os motivos do seu afastamento não são os mais desejáveis.
Um argumentista que já foi dos melhores, mas que devido ao seu magnetismo entre os X-Men baixou o seu rendimento.

05 abril 2006

2º Festival Internacional de BD de Beja

É verdade, é já neste Sábado que o "O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja volta a tomar conta da planície".
Motivos não faltam para te deslocares a Beja: exposições, sessões de autógrafos, inúmeros lançamentos, workshops, etc. Este ano o núcleo central será a Casa da Cultura/ Bedeteca de Beja. Para mais informações visita o site oficial.
Nas exposições teremos trabalhos dos autores: Daniel Maia, Filipe Abranches, Lam, Pedro Nora, Pedro Morais, Maria João Careto e Horácio (artistas lusos); Carlos Pacheco e Javier Olivares (Espanha); George Pratt (E.U.A.); Lourenço Mutarelli (Brasil). E ainda mais três exposições do fanzine 'Venham +5', da BD 'Black Box Stories' e também da 'Viagem da Virgem'.
No que toca a autógrafos poderão pedir alguns a José Carlos Fernandes, Daniel Maia, Ken Nimura ou até Miguel Rocha.
Destaca-se ainda o lançamento de WE3 e das Black Box Stories pela Devir, o lançamento do nº 12 do BD Jornal, último da sua primeira série e também da Pão-de-Law e do All Girlz*Ine por Daniel Maia.

Não se esqueçam de visitar porque eu também não vou faltar, portanto esperem por uma reportagem!

04 abril 2006

Frank Miller Com Mais Sin City!

Olá! Sei que fui dado como desaparecido, mas volto hoje com mais uma notícia fresquinha. Tenho estado a preparar a tal entrevista que promete ser boa.
Indo directo ao assunto, Frank Miller revelou numa convenção feita em Nova York que haveria mais álbuns de Sin City. Como também já tinha sido anunciada uma sequela do primeiro filme da Cidade do Pecado, eis que é revelado que os próximos volumes serão inteiramente baseadas nas histórias programadas para o argumento do segundo filme.
Uma das histórias focará o que Nancy irá fazer após o suicídio de John Artigan (como se viu em Aquele Sacana Amarelo, já editado pela Devir).

Não se esqueçam, a Devir já está a preparar outro álbum de Sin City totalmente em português. Queres saber qual, clica aqui.

26 março 2006

Central Comics Abre Loja Física!

Aqui está pessoal! A Central Comics irá abrir no próximo dia 1 de Abril uma loja Física no Porto (atenção que esta notícia não é nehuma mentira). Pelos vistos o Hugo Jesus realizou o seu sonho de abrir uma loja para que todos possamos visitar. O que começou por uma loja online torna-se agora algo para além da Internet. Em cima podem observar o desenho da montra da loja da CC.
Também nos foi enviado um e-mail com o Press Release sobre a abertura da Loja Física no Porto.

É com enorme satisfação e orgulho que se anuncia oficialmente que a Central Comics, portal on-line de Banda Desenhada, se prepara para a abertura de um espaço físico na cidade do Porto.

Situada na Rua das Doze Casas, número 22, esta será uma loja especializada neste género particular, que pretende oferecer a quem a visita o que de melhor procura em termos de oferta de produtos e relação qualidade-preço.

Contamos com 40 m2 e um conceito inovador a apresentar ao público. Procurando ser uma real alternativa a lojas já existentes na cidade e no país, a Central Comics (assim se designará também este espaço) proporciona preços competitivos (a par do que já vem sendo habitual através da loja on-line) e também uma vasta gama de produtos.
Para além dos comics e livros, poderão também ser aqui encontrados artigos de merchandising, decoração exclusiva, design de moda, importações, novidades e muito mais.

(...)

A inauguração do espaço está marcada para dia 1 de Abril às 16h30 para convidados e a partir das 17h30 para o publico em geral. Contamos com a visita de todos vós e também com as vossas sugestões e críticas, de modo a que este seja também um espaço adequado às aspirações dos nossos clientes. Arrancamos já com uma exposição de telas de um conhecido autor nacional de banda desenhada nacional - Rui Ricardo (telas disponíveis para aquisição).

Instalada bem no centro da cidade, a Central Comics Loja está a menos de 5 minutos a pé do Metro do Porto (Saída: Marquês) e a um minuto a pé da paragem do autacarro 302 dos STCP (Circular Aliados - Damião de Gois), que inclui o serviço Andante (logo faz correspondência com o Metro). A Loja fica perto da Praça Marquês do Pombal, e entre várias ruas de referência desta área metropolitana: Rua de Santa Catarina, Rua da Alegria e Rua Latino Coelho.

25 março 2006

O Plano Editorial da Devir

O Plano Editorial da Devir tarda a chegar mas já se podem fazer algumas previsões para o futuro da Editora. Será que virão boas coisas num futuro próximo da Devir? Isso é o que veremos.

Há uns meses atrás (quando ainda existiam os mensais) estavamos a preparar-nos para uma possível Evolução. Tudo começou o álbum Homem Aranha: Metamorfose, onde o Aranha ganhou as tão esperadas teias orgânicas. Apesar da história não ter sido nada de jeito, pensava-se algo de bom em relação a esta Evolução, mas enganámo-nos todos. Mais tarde foram apresentados alguns 'teasers' de lançamentos futuros da editora: Novos X-Men- Planeta X e X-Men #62, a contarem para a Evolução. Meus amigos, até hoje nada, nicles como se costuma dizer. Desde Dezembro que estamos à espera da conclusão da saga do Wolverine e dos Novos X-Men e ainda não chegou nada às bancas. Inclusivamente foi colocado um contador no site da Devir/Marvel para contar quantos dias faltavam para a tal Evolução acabar. O que aconteceu foi muito simples: ficámos sem mensais, quase nenhuns lançamentos mensais e ficámos ainda com uma Devir mais alternativa. Digo alternativa porque talvez tenha tentado explorar (em Janeiro) outros títulos no mercado que dessem lucro, já que foram lançados dois títulos de terror: Freaks, No Coração da América e 30 Dias de Noite Vol. 3.

Também temos agora o previlégio de vermos anunciado todos os meses o lançamento de X-Men #62, mas parece que houve alterações no formato dessa revista que estava prevista para ser lançada. Esse formato é o de Flip Magazine que servirá não só para terminar a saga do Wolverine como também terminará a saga Ultimate War. Terá duas capas, uma à frente e outra atrás (de cabeça para baixo). E já que toco nesse assunto sou forçado a contar um longa história, um episódio que passou no início deste mês. Esse pedaço de história teve o nome de (R)EVOLUÇÃO, uma tentativa que falhou por parte dos seus criadores a avaliar pelo site ofical. O objectivo era nem mais nem menos do que permanecer com os mensais mas naquele tal formato de Flip Magazine, que a Devir vai utilizar agora na última revista que vai editar. Haveria assim dois títulos, ou melhor quatro, já que cada revista teria duas capas: Homem-Aranha + Ultimate Homem Aranha numa revista só e X-Men + Wolverine. Afinal a história não foi assim tão longa, mas não faz mal.

Por fim, para terminar este grande comentário sobre a Devir, vou até ao cerne da questão. Afinal, que publicação substituirá os mensais? A partir de não sei quando passará a ser lançado um único TPB Mensal com 128 a 144 págs. desde 7 a 8€. Irá conter um arco duma personagem à escolha da Devir. Por exemplo: no 1º mês sai um arco do Homem-Aranha, no 2º mês sai X-Men, etc.
Positivo: não teremos de esperar aflitos pelo número do próximo mês (coisa que não sentimos há uns tempos).
Negativo: Um único Super-Herói por mês é pouco, apesar de termos as outras publicações como algumas mini-séries reunidas em TPB.
Além disto, ainda foram anunciados os lançamentos de Astonishing X-Men, de Joss Whedon e de John Cassaday, e de WE3, de Grant Morrison e Frank Quitely para este ano de 2006.
Estas últimas informações foram divulgadas no 2º Encontro do Clube dos Super-Heróis por João Miguel Lameiras.

Por agora é tudo. Até ao próximo post!

24 março 2006

Novo Portal de Banda Desenhada!

Peço desculpa por não ter feito este post na devida altura, mas é que o tempo não tem sido muito....
Foi fundado na Terça-Feira o Portal BDesenhada.com- A Volta ao Mundo da BD, criado pelo Ferrão, pelo Farinha (os amigos do Blog da Utopia) entre outros conhecidos do blogger.
Este site destina-se a dar-nos notícia a nível internacional, entrevistas, críticas, colunas editoriais, etc. A "desculpa" para a criação deste espaço foi a de "não existir nenhum portal nacional com entrevistas, críticas e notícias da 9ª arte além fronteiras" :D
Para além deste vasto conteúdo ainda existe um espaço para os fãs em que podes colocar as tuas ilustrações ou BD's que tenhas criado.
Ao longo dos dias têm-se verificado algumas melhorias no site, mas para as conheceres já terás de clicar no link acima e descobrires por ti mesmo.
Espero que este portal dure até nem mais, já que a divulgação à BD precisa de ser reforçada. Parabéns aos criadores!

22 março 2006

Alterações no BD Jornal

Em comentários no Forum da Central Comics, J. Machado Dias revelou que o BD Jornal terá uma remodelação no formato.
A partir de Junho deste ano- altura em que sairá o #13- passará a ser impressa a 2ª Série desta publicação. O BD Jornal passará a ser bi-mestral pelo menos até Abril de 2007 e vai reduzir o seu formato para 320 x 240 mm. Passará a ter 48 páginas onde pelo menos 32 terão apenas Banda Desenhada e 16 serão a cores. O papel será couchê de 80 gr.
Portanto, com todas estas modificações, o preço também não poderia passar incólume- 3€ será o preço do BD Jornal a partir de Junho.
Por fim, Machado Dias terminou dizendo que em Abril de 2007 poderia ser retomada a periodicidade mensal, dependendo das vendas!

Acho que estão bem pensadas estas alterações já que necessitava-se de uma mudança de design no jornal, já que não agradav a muita gente.
A ver vamos no que isto dá!

19 março 2006

Captain America: Winter Soldier

Argumento: Ed Burbaker
Desenho: Steve Epting e Michael Lark
Cor: Frank D'Armata
Marvel Comics

Mais uma excelente produção de Ed Brubaker. Depois de assinar um contracto de 4 anos com a Marvel Comics, fica aqui o seu primeiro trabalho para a editora. Esta produção também assinala a renumeração da revista 'Captain America' voltando outra vez ao #1.

Brubaker é um dos melhores argumentistas da actualidade, já que desenvolveu projectos como Gotham Central ou Sleeper, ambos para a DC Comics, que por sinal fizeram muito sucesso. A capacidade de Ed criar um ambiente de intriga à volta de todas as personagens é fantástica. Neste novo capítulo da vida do Cap, vemos uma personagem que se pensava desaparecida para sempre, voltar à vida. Não vou dizer qual, mas acho que já devem saber, até porque não será muito difícil descobrir qual foi a pessoa mais importante na vida do Capitão. Continuando com o Brubaker, penso que o argumento é muito consistente, portanto, leva-se um pouco de tempo a digeri-lo. Umas vezes é muito indirecto e outras vai logo directo ao assunto. É uma das particularidades deste argumentista.
Quanto ao Steve Epting, o seu desenho é simples, mas eficaz. Agradou-me imenso, porque não é demasiado elaborado e não tem muitos pormenores. Ao longo da história vemos alguns 'flashbacks' da vida do Capitão América, mas não desenhados pelo Epting, mas sim por Michael Lark, um desenhador que também participou em 'Gotham Central'. Curiosamente só me apercebi disso quase no fim deste TPB. Epting já tinha trabalhado nos X-Men dos anos 90. É estranho nunca ter ouvido falar dele.
Nota muito positiva, de modo a que não tenho nenhum defeito a apontar.

10/10

BD Jornal #11

Neste número de Março, o BD Jornal tem como tema principal a Banda Desenhada Erótica e o autor centrado é Guido Crepax. Veremos uma bio-bibliografia desse autor e ainda um historial das edições da sua autoria.
Para saberem todos os pormenores deste número, leiam o 'Press Release' desta 11ª edição do BD Jornal:

O BD Jornal #11 tem como tema de capa, Guido Crepax e a Banda Desenhada Erótica, dedicando uma boa parte desta edição, precisamente ao erotismo na banda desenhada, de que se faz um pequeno historial na página 3. Segue-se uma bio-bibliografia de Guido Crepax, autor italiano falecido em 2003 e que teve editado em Portugal apenas um livro, A História de O, pelas edições Sérgio Guimarães, nos anos 70 e pela Marginália, no ano passado. Quanto à sua restante e vasta obra, é praticamente desconhecido da maioria dos portugueses. Foi um dos mais inovadores autores da BD europeia e que raramente saiu do registo erótico, daí a associação constante do seu nome ao tema.

Depois analisa-se a banda desenhada deste autor e Sara Figueiredo Costa escreve sobre O Estranho Mundo da Puta P., de Anke Feuchtenberger, de seguida, através de uma pequena entrevista, vamos À Descoberta de uma autora, Maria João Careto, uma autora de Beja, que vai estar em destaque no 2º Festival de BD daquela cidade alentejana. Fala-se um pouco sobre o Fanzine Eros, que Geraldes Lino editou com sucesso entre 1987 e 1991 e Nuno Franco termina a sua deambulação pela Revolução Subterrânea, um abordagem ao Underground na BD.

Mais para a frente, Pedro Cleto, associando-se ao tema de capa, fala de Coleccionismo no Feminino, mostrando peças de heroínas da BD bem conhecidas…

José Carlos Francisco e Afrânio Braga entrevistam Cláudio Villa, desenhador de Tex, para o BDjornal e falamos logo a seguir do que foram as 12 horas a fazer BD no Funchal e como o Anime Weekend animou Aveiro.

Para o centro do jornal, Daniel Maia aborda o Mercado Bedéfilo em 2005, com um texto ligeiramente diferente do que editou, na sua habitual rubrica da Central Comics. E repetimos então o Dossier – Hoje, a BD, o resumo do dossier da Bedeteca de Lisboa, agora bem impresso, contrariamente ao que sucedeu na edição anterior.

Pedro Cleto e Clara Botelho escrevem sobre o malogrado Seth Fisher, num pequeno tributo que o BDjornal lhe quis prestar. De seguida fala-se no cinema de animação de Ricard Blanco e completa-se a viagem de Paulo Guinote sobre as Memórias de um bedéfilo suburbano.

E depois de uma série de notícias breves, criticas de livros e recensões de novidades, Osvlado Macedo de Sousa, da Humorgrafe, disserta sobre a célebre questão das caricaturas, em Pelas barbas do Profeta, riam-se!

Resta dizer que prossegue a 5ª Pedagógica (# 6), de Miguel Montenegro e o autor do destacável deste mês é Ruben Lopez, com Makio.

18 março 2006

Os Filmes Deste Ano


Bem, este ano somos brindados com três filmes ligados aos Comics. Primeiro temos V For Vendetta que acabou de estrear ontem em 3365 salas de cinema nos States. A BD de Alan Moore e de David Lloyd finalmente tem uma adapatção para o grande ecrãn.
Depois temos X-Men 3: The Last Stand, a estrear no dia 26 de Maio. Este filme irá assinalar o fim da trilogia de filmes dos Pupilos de Xavier e os mutantes terão de fazer uma escolha bastante difícil.
Por fim, veremos Superman Returns que terá a sua estreia neste Verão. A história passar-se-á alguns anos depois dos filmes em que ainda, o já falecido Christopher Reeves, participava.
Aqui ficam as sinopses os trailers desta três adapatações, que por sinal, parecem ser muito boas. Em cima podem ver alguns pósters deste filmes em 'Slide Show'.

V For Vendetta:

V For Vendetta, escrita por Alan Moore em 1982, mostra a Inglaterra sob o controlo de um regime de tirania. Nela, as pessoas são vigiadas constantemente pelo Estado no estilo de 1984, de George Orwell. Neste cenário de opressão surge o cognome V. Com uma capa e uma máscara, ele enfrenta o sistema com tácticas de guerrilha terrorista e representa a única esperança de liberdade contra o fascismo que impera.
Trailer:
X-Men 3: The Last Stand:

Em X-Men: The Last Stand, o capítulo final da trilogia de filmes dos X-Men, uma "cura" para as mutações ameaça alterar o curso da história. Pela primeira vez, mutantes têm uma opção: manter as características que os tornam únicos, apesar de isolados e alienados, ou desistir de seus poderes e se tornarem humanos. Com isso, os pontos de vista dos líderes mutantes Charles Xavier, que prega a tolerância, e Magneto, que acredita na sobrevivência dos mais aptos, são definitivamente testados - disparando a guerra para acabar com todas as guerras.
Trailer:

Superman Returns:

Depois de uma misteriosa ausência de seis anos, o Super-Homem regressa ao planeta Terra, quando um antigo inimigo planeia uma maneira de destruir todos os seus poderes de uma vez por todas, o Super-Homem tem que encarar uma triste realidade: a mulher que ele ama, Lois Lane, seguiu com a sua vida. Esse regresso amargo desafia-o a tentar uma reaproximação enquanto precisa de encontar o seu lugar na sociedade. Numa tentativa de proteger o mundo que adora, o Super-Homem embarcará numa jornada de redenção que o levará das profundezas do oceano aos mais longínquos confins do espaço sideral.
Trailer:

14 março 2006

Novo Site de Ilustração

Sei que isto não é propriamente novo, mas como me pediram para divulgar este site não me importei de fazer a vontade. Este novo site tem o nome de Comics@Mai'Nada e apesar de ser uma criação 'tuga' é um site internacional (portanto, está em inglês). Objectivos? Se te fizeres membro deste site poderás fazer as tuas prórpias criações em desenho. Nada melhor do que visitar e ler este pequeno texto de Tiago Cardoso para perceberem melhor a coisa:

Existe um novo espaço livre para o desenho e esboço de tiras de BD. É um site internacional, mas feito em Portugal e o primeiro do seu género do mundo.

Pode ser visitado em http://www.mainada.net/comics/. Aqui podem-se criar algumas tiras de bd, criando sketchs de humor, personagens e historias, etc.
Este site é inteiramente de uso livre para todos e sendo um produto portugues, era bom que crescesse e se desenvolvesse. Pensamos que tem muito potencial.

Permite a novos talentos que mostrem o seu trabalho a todo o mundo com ligação à Web.
Permite que esses talentos vejam o que outros estão a trabalhar nessa área. E, finalmente, a cibernautas comuns que disfrutem dessas tiras de comics.

O site ainda está em pleno desenvolvimento, por isso terá sempre pronto para novas features com o passar do tempo.
Já agora, desafiavamo-vos a registarem-se e a criarem a vossa própria banda desenhada.

13 março 2006

Lançamento da Skecthbook #2

Foi ontem, a partir das 16:00 horas, que foi lançado o número 2 da Skecthbook. Foi na Praça da Independência do Pinhal Novo, em frente à Fertagus que decorreu o evento.
Esteve tudo muito animado já que passou por lá uma banda de música rock, que pelos vistos era a "melhor" do Pinhal Novo. Também passaram por lá muitas crianças, pois mesmo ao lado situava-se um parque e haviam muitas actividades, como fazer foto-montagens em computadores que estavam disponíveis nalgumas bancas, jogos, etc. Tudo nas mini-barraquinhas que por lá se encontravam.
Na banca da Associação Juvenil- COI, estavam disponíveis a Skecthbook #1 e a Skecthbook #2. O nº 2 contava com duas capas, uma de Celine Lacomblez e a segunda de Daniel Henriques e de Rúben Anderson. Para os autógrafos estavam presentes Paula Cunha e Pedro Nogueira (vencedor do concurso de Jovens Talentos 2005), autores da primeira história deste número, "A Esfera de Tudo". Também presentes estavam Sérgio Xarepe, Andreia Rechena e Daniela Matos, autores da segunda história, "15 Cinderella". Claro que pedi autógrafos a todos e saí de lá com dois desenhos, um está à vista de todos, o de Pedro Nogueira e outro de Andreia Rechena (pode ser visto aqui).
Uma das capas pode ser vista aqui.

Também já li a edição. Continua a ser um pouco amadora, já que a edição visa a procurar novos talentos em Portugal. Gostei das histórias, principalmente da primeira por causa do desenho ter um estilo parecido ao do Mangá. A segunda história também está acima das expectativas. É uma adaptação de uma poema de Sérgio Xarepe.

11 março 2006

'One Year Later' já Chegou à DC!

É a partir deste mês de Março que todas as revistas da DC Comics sofrem o salto de um 1 ano. Aproveito aqui para vos mostrar algumas das capas das séries mais destacadas da editora.
Depois de Infinite Crisis, aparentemente uma saga que envolvia todas personagem da DC, chega-nos agora One Year Later. Muitas mudanças irão ocorrer em todos os mensais. Já sei algumas coisas que circulam aí pela net, mas não vou divulgar nada, já que não quero entrar pelos spoilers.
Apenas um título ainda não entrou directamente no evento- Teen Titans! Este mês irão sair (uma já foi lançada) duas revistas desta série. Uma ainda a fazer parte de Infinite Crisis e a seguir (número #34) já com um pulo de 1 ano.

Aqui a ficam algumas capas:












Batman #651 / Detective Comics #817/ Action Comics #837/ Teen Titans #34/ Green Arrow #60/ Nightwing #118

08 março 2006

Estatuetas #2

Olá pessoal!
Aqui está mais uma excelente estatueta (a nosso ver).Criada por: Mike Mignola
Esculpida por:
Jonathan Matthews
Preço: 55$

Esta é mais uma excelente estatueta da linha de estatuetas "Batman: Black and White", baseada na capa da mesma, com arte do magnífico artista Mike Mignola.
Pintada em tons monocromáticos, esta estatueta representa as posições de Batman nesta mini-série.
A estatueta entra para as loja norte-americanas no dia 19 de Abril do presente ano.

04 março 2006

All*Girlz.ine!

Quem disse que as mulheres não desenhavam BD? Aqui está uma iniciativa para divulgar o trabalho feminino em Portugal. Todas as profissionais ou amadoras poderão participar.
O 'All*Girlz.ine' é na verdade um fanzine (como o próprio nome indica) a editar em meados de Abril e terá o seu lançamento num local ainda a decidir. Será também lançado entre 28 e 29 de Abril no Festival de Beja acompanhado de uma sessão de autógrafos e de uma conferência.
O principal objectivo deste projecto é mostrar que, embora as produções sejam escassas a nível nacional, existem várias artistas portuguesas. Apesar de só o sexo feminino poder participar, alguns autores masculinos poderão participar apenas como argumentistas, coloristas, etc. ou seja, apenas trabalhos de suporte.

Quanto ao formato do 'zine, será praticamente igual ao formato americano (21x17) e aceitam-se à mesma outros formatos para os trabalhos enviados. A arte será a p/b , mas aceitam-se trabalhos coloridos pois serão reproduzidos em tons de cinza.

Pelas palavras do próprio Daniel Maia, o coordenador deste projecto, aqui ficam os regulamentos base da participação neste fanzine:

- Não existe limite mínimo nem máximo para propostas.
- Não existem limitações estilísticas ou técnicas (desde que reproduzíveis).
- Aceitam-se mais do que uma proposta por autora, ou por equipa criativa.
- Envios por correio devem conter reproduções – não pranchas originais.
- Envios por correio devem ser dirigidos a Apartado 1220, 2870 Montijo.
- Envios via internet devem ser dirigidos a danmaia1@gmail.com.
- Trabalhos propostos devem ter qualidade suficiente de reprodução.
- Digitalizações devem ter um mínimo de 300 dpis de qualidade.
- Uso de heterónimos deve ser mencionado junto com propostas.

O prazo de entrega é já no dia 31 de Março apesar de haver um pequena tolerância para trabalhos entregues depois da data limite.
Meninas, toca a trabalhar!

01 março 2006

O Novo Uniforme do Aranha

Este é um dos piores erros da Marvel Comics, na minha opinião. Parece que de década em década o nosso querido Homem-Aranha tem de mudar de calças e camisa (e não se esqueçam que a vida está cara). Lá teve ele de ir à Zara ou à Mango ver se encontra uma vestimenta à sua medida e... Não, nada disso. Desta vez o novo uniforme foi uma prenda do novo amigo de Peter, Tony Stark (mais conhecido pelo Homem de Ferro). Depois de recentemente este homem ter convidado Peter, Mary Jane e May para viverem na Mansão do Vingadores, parece que os dois se tornaram muito chegados. É basicamente a partir desta união que Civil War chega aos bastidores, pois aparentemente vai haver uma guerra entre super-heróis e o Aranha vai sentir-se dividido e não saberá por que lado lutará.
Com o seu novo uniforme, Peter terá três braços mecânicos (ao estilo do Doutor Octopus) que melhoraram as suas técnicas de luta. Com este uniforme, construido a partir das mesmas técnicas da armadura do Homem de Ferro, o Homem Aranha não terá mais o nome de Homem Aranha até meados de 2007, mas sim Iron Spidey (Aranha de Ferro).

Volto a dizer que isto é um absurdo. Está bem, compreendo. Os americanos deliram com mudanças nos Super-Heróis. Está-se mesmo a ver, se o Batman vestisse as roupas do Rato Mickey, todo os público americano corria para as Comics Shops para comprar um exemplar da estreia do novo uniforme do Morcego. Todos estes acontecimentos na vida de Peter Parker são fruto das ideias mirabolantes de Joe Quesada. Mas também compreendo que um herói deve passar por mudanças para cativar novos leitores, mas este uniforme está mesmo mau. Podiam ter escolhido uma coisa mais decente.
Para uma personagem tão boa, que até é a minha preferida e que é uma das mais antigas, tenho a certeza de que se podia ter arranjado algo muito melhor.
Mais uma vez a Marvel baixou uns pontos na minha consideração...
Ah, já me esquecia de mencionar! As aranhas aprenderam a voar!
O Aranha de Ferro sente-se dividido

26 fevereiro 2006

Superman: For Tomorrow

Argumento: Brian Azzarello
Desenho: Jim Lee
Arte-Final: Scott Williams
Cor: Alex Sinclair
DC Comics

Provavelmente uma Dream-Team dos comics americanos. Brian Azzarello (autor conceituado pelo seu trabalho em '100 Bullets') e Jim Lee fazem uma dupla maravilha nesta aventura do Super-Homem. Não esqueçamos também Alex Sinclair, um dos melhores coloristas da actualidade, na minha opinião.
Apesar de não conhecer Azzarello tão bem como queria (este é o primeiro trabalho dele que leio) fiquei com muito boa impressão do seu talento. Este homem consegue criar aqui uma ideia muito bem estruturada de um dos precalços na vida do Azulão. A ideia de criar uma espécie dimensão paralela ao Planeta Terra também está bem conseguida. Aparentemente essa dimensão tem o nome de Smallvile (estou a ver no que isto deu...) e parece quem lá habita são... Bem, mais não digo. Quem quiser saber tudo pode sempre ler.
Outros dos factores que mais apreciei foi a possibildade de acompanharmos outra personagem interessante- um padre que tem cancro e que na melhor das hipóteses é quem se mostra um grande amigo do nosso personagem principal. Outra coisa que foi bem assente, foi a personalidade do Super-Homem. Nunca quis ajuda da JLA. Depois o aparevimento da Mulher Maravilha aguçou a coisa. Ela estava determinada a pará-lo (o Super-Homem).
Na verdade, penso que estes foram os aspectos que eu achei mais interessntes quanto ao argumento.
No que toca ao desenho, parece que Jim Lee tem aqui umas das suas melhores prestações. O seu estilo muito "Super-Heróico" cativou-me desde o início. Pelo que li no final destes dois Hardcovers, Lee não estava muito contente com o Super-Homem que anteriormente tinha desenhado na saga 'Batman: Hush' (já editada em Portugal pela Devir, com o nome de 'Silêncio'). Os resulatdos estão à vista e pelos vistos, sairam bem.
O que mais realça os desenhos é a cor aplicada por Sinclair (já o tinha referido). Aproveito para dizer mais uma vez que é dos que melhor faz o seu trabalho. Mas tudo isso não seria possível sem a excelente arte-final de Williams.
Todos estes excelentes artistas contribuiram para o que hoje é uma das melhores sagas da DC Comics. Para quem ainda não a tem, é melhor começar a guardar alguns trocos para comprar.

7/10