Desenho: Tim Sale
Este livro é aquele tal "outro lado da moeda". Sinceramente não percebo o que vai na cabeça de Jeph Loeb quando ele consegue dar-nos um estória tão bela e poética como esta e a seguir disparar comics tão degradantes e desgraçados como Captain America: White #0. Talvez seja daqueles fenómenos da física inexplicáveis ou com teorias ainda por provar, tipo o Big Bang. Talvez fosse boa ideia criar um acelerador de partículas para estudar este autor...
Homem Aranha: Azul é de facto uma mini-série que deve ser relembrada pelos fãs do Aranhiço. Aqui, o elemento fulcral nem é bem a cena em que a aranha pica o Peter e este passa a ter poderes, aliás, não tem mesmo nada a ver. Esta é uma estória de amor, passada no Dia de S. Valentim que foca o relacionamento de Peter Parker com os seus amigos de adolescência, em especial Gwen Stacy. Podemos também dizer que é nesta etapa que vemos um Peter marrão a passar para um Peter mais cool, tudo devido à sua nova vida atarefada com os estudos da universidade, o trabalho no Clarim Diário, as desavenças temporárias com Flash Thompson, aturar o J.J.J., o surgimento do seu melhor amigo - Harry Osborn e, como não podia deixar de ser, dois problemas do sexo feminino - Mary Jane Watson e Gwen Stacy.
É engraçado verificar que ainda hoje o Peter continuaria a amar mais Gwen Stacy do que MJ, mesmo estando (tecnicamente) casado com ela. É essa, pelo menos, a mensagem final que Jeph Loeb transmite neste livro, que tinha tudo para ser perfeito, mas devido a um erro téncico de "lugares-comuns", a escrita borrou toda.
Vale lembrar que é a segunda vez que leio este bonito conto, mas parece que só agora é que consegui apreciá-lo ao máximo. Sinto que várias coisas me escaparam quando o li há já quase 4 anos. Além disso, este releitura surge num momento em que estou a tentar ler tudo o que tenho desta dupla (seguir-se-á Superman: For All Seasons e mais à frente Batman: Long Halloween, surgindo talvez Daredevil: Yellow pelo meio). Estou num processo de análise em relação ao que a dupla maravilha consegue fazer de bom e de mau, principalmente, pois segundo alguma pesquisa da minha parte, Jeph Loeb apenas foi reutilizando várias ideias da sua primeira estória no Batman.
Enfim, adorei este livro, é incrível como ainda hoje toda a mitologia criada por Stan Lee e Steve Dikto me impressiona e me faz tanto sorrir como reflectir sobre o que se passa na vida agitada de Peter Parker. Obrigado Stan.
Nota: 8/10