"Pax Romana, expressão latina para "paz romana", foi o longo período de relativa paz gerada pelas armas e pelo autoritarismo, experimentado pelo Império Romano. Iniciou-se quando Augusto César, em 29 a.C., declarou o fim das guerras civis e durou até o ano da morte de Marco Aurélio, em 180."
Jonathan Hickman é um daqueles autores que chegam ao mundo da banda desenhada de pára-quedas e logo conseguem deixar a sua marca, simplesmente por introduzirem novas variáveis a uma equação que já se julgava resolvida. Quando pensamos que já não há forma qualquer de inovar neste meio que se mostra saturado ano após anos, eis que chegam sempre um ou dois salvadores que prometem limpar a casa e decorá-la de outra forma. Se no século passado tivemos Alan Moore, actualmente podemos dizer que temos o privilégio de viver na mesma época que o autor deste Pax Romana. Mas Hickman não é Moore, nem de perto nem de longe. Julgo até que as comparações que se fazem constantemente entre estes dois autores são forçadas. Do meu ponto de vista, têm apenas um ponto comum, o de terem apresentado abordagens diferentes nas suas obras que definitivamente foram e serão utilizadas como inspiração para as gerações futuras. Nestes termos, a comparação é possível, mas Moore e o seu fluxo de ideias único e condensado magistralmente numa estória construída com pés e cabeças é quase incomparável, ou até impossível de alcançar. Mas Hickman também terá o seu mérito. É talvez o argumentista mais original da década.