Todos os anos tem de haver um caso rompante de censura nos comics e parece que o vencedor do caso insólito do ano está encontrado.A edição 34 da também ela insólita série The Boys, da equipa Garth Ennis (um maluco dos diabos) e Darick Robertson (não tão maluco), foi banida da Alemanha e consequentemente teve a sua venda proibida. O que acontece é que a capa da dita edição teve a suástica alemã estampada nas costas de um dos heróis da série, Stormfront. A capa acaba também por ser uma óptima referência ao primeiro número da série All Star Superman, como podem reparar.
Ao que parece, o país alemão não admite qualquer referência à suástica em qualquer tipo de publicação, um símbolo que atormenta os alemães até aos dias de hoje devido a uma época que os mesmos insistem em apagar dos livros de história.
Darick, em entrevista ao Newsarama, expressou o seu desagrado ao explicar que a Marvel passa inúmeras vezes por esta situação e que os comics do Capitão América são os casos mais óbvios. Além disso, o filme Valquíria foi para os cinemas e ninguém pestanejou... O editor da Dynamite Entertainment já veio a público frisar que não vai mudar a capa em circunstância alguma só para poder vender a edição naquele país.
A censura nos comics já não é um caso recente. O Super-Homem já sofreu recentemente com ela depois de ter tentado beber uma cerveja com o seu pai em amena cavaqueira. A cerveja Tagus acabaria por ser transformada numa Fanta de laranja. Uma capa de Frank Cho, com o objectivo de obter dinheiro para caridade, também foi censurada depois da mesma mostrar explicitamente a parte traseira de Mary Jane, namorada de Peter Parker. E muitos outros lápis azuis foram usados nos últimos anos nos comics. O Batman também já deu que falar, se bem que em circunstânciasC um pouco diferentes.
Neste caso, acho que quem fica a perder é a Marvel. Afinal, o Captain America: Reborn está aí a sair e eu vi por lá uns quantos nazis a serem espancados...
"devido a uma época que os mesmos insistem em apagar dos livros de história."
ResponderEliminarERRADO! Vai ler os comentários na noticia no newsarama. Montes de livros nas bibliotecas sobre essa altura. Se for para motivos educacionais não é censurado, se for. 3ª página de comentários, logo o primeiro é muito elucidativo.
DC
Lol, eu não falei na questão de «apagar» no sentido literal. O que quis dizer foi que os Alemães parecem não lidar muito bem com o Nazismo e insistem em afastá-lo da sua história, do género "ei, não fomos nós!". Eu sei que foi um período histórico muito mal digerido pelas gerações seguintes (até eu me sentia mal com o Holocausto se o meu país tivesse sido o causador), mas daí inventarem estas lei que proíbem a impressão de suásticas em publicações já é um bocado old-fashioned. Todos nós sabemos que os actos ilegais são os mais praticados, que o que é censurado é o mais escrito e mostrado. A censura e a proibição de coisas banais como estas (sim banais, comparado com vendas ilegais de drogas e tráfico de órgãos isto é um grão de areia) nunca levou a lado nenhum, os nossos pais que o digam.
ResponderEliminarBem, bem...não é bem assim...melhor, não é nada assim.
ResponderEliminarEstá absolutamente proibido na Alemanha exibir os simbolos da vergonha que vexaram inexoravelmente as futuras gerações. Não existe um "esconder" da História, nem tão pouco uma negação da mesma. A vergonha teutónica sofrida pelo flagelo nazista faz com que qualquer cidadão Alemão esclarecido e de bem se sinta terrivelmente incomodado, da mesma forma que qualquer um de nós se sentiria se tivesse na sua árvore geneológica um famoso assassino em série e com isso fosse confrontado. Provavelmente não haveria fotografias desse facinora dentro das nossas casas. O povo Alemão não nega os terrivelmente tristes acontecimentos provocados pela Segunda Guerra Mundial, em especial o Holocausto que vitimou milhões de Judeos e outras largas dezenas (se não centenas) de milhares de minorias étnicas.
Não é censura, é bom senso em evitar que se repita através da glorificação dos famigerados simbolos.
A produção do filme "Valquiria" também sofreu bastante a pressão dessa lei. O filme foi exibido porque não glorifica o nazismo e os seus simbolos. A malograda Operação Valquiria foi levada a cabo por Alemães, que como muitos outros não eram nazis, eram militares que tarde (a meu ver) viram que o déspota era louco e precisava de ser travado. Tarde ou não, levantaram-se e tentaram pará-lo, e isso é que conta. Infelizmente fracassaram.
A morte de mais de 70 milhões de pessoas em 6 anos, para além das sequelas, não tem nada de banal.
Na Alemanha não existe uma população maioritariamente mentecapta e completamente acéfela a eleger o Adolfo como a personalidade histórica mais marcante (no bom sentido, veja-se). Pelo contrário, faz parte do programa escolar demonstrar o monstro e alertar para os perigos de um pensamento que lhe possa dar origem novamente. Não que tenha absoluto sucesso, pois existe o livre pensamento.
Curiosamente é na Inglaterra que a corrente Nacional-Socialista tem mais força actualmente.
Como em Portugal se ouve dizer "No tempo do Salazar é que era bom"(!), lá não se ouve ninguém a dizer isso do Hitler. Talvez um ou outro (que poderão ser demais, é certo) se levante e grite Heil...mas aqui estão os monstros, filhos da ignorância, do preconceito e da manifesta e comum ao ser Humano forma de culpar os outros pelas nossas desgraças, incapacidades ou pura falta de sorte.
Eu gostei muito da capa original do Ultimate Spider-Man, com a Mary Jane a mostrar o seu muito bem feitinho quadril. Aqui concordo que o puritanismo Norte-Americano seja descontextualizado do que é a triste realidade e falta de pudor existente noutros aspectos mais penalizantes da sociedade deles.
Os nossos Pais tiveram que viver com a sombra negra da Guerra. Muitos de nós não têm o Pai em casa devido a essa guerra. Vendo bem as coisas, com algum distanciamento, teria sido evitável nalgumas frentes, tendo sido muito mal conduzida noutras.
O nosso País vivia na pobreza e no analfabetismo mais degradante. O saneamento básico não existia ao nível do País. O silêncio imperava pelo medo e pelo terror, e as pessoas lá iam vivendo. Os jovens, que não andassem em colégios privados, lá tinham que ir marchar para a parada fardados no único dia livre que teriam para eles. A Economia era uma anedota: "Tinhamos muito ouro"... é quase o mesmo do que dizer "O velho guarda o dinheiro dentro do colchão". A segurança social não existia, que isso da caixa de providência era uma falácia. Os Hospitais eram uma desgraça. Mas as pessoas lá iam vivendo, é verdade. Hoje, algumas, até têm saudades! É triste.
Excelente comentário Refém, contigo sempre se aprende mais um pouco de história :)
ResponderEliminara alemanha censurar a capa do the boys por que o herói apresenta em sua capa o símbolo da suástica é um absurdo! tá certo que os alemães querem nada associado ao nazismo regime praticado por eles durante a 1 guerra. mas não é proibindo um símbolo que representa uma tragédia tão grande que vitimizou um povo, nesse caso os judeus, que os alemães vão parecer mais bonzinhos ou apagar os erros dos cretinos nazistas! conscientizar seu povo de que é errado discrimar alguém por sua cor de pele, sua religião ou sua cultura é totalmente errado e abominavél. isso é o que as autoridades da alemanha deve fazer em vez de proibir seu povo de ler quadrinhos de qualidade como the boys!
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